A violência física representa 34,6% dos casos notificados de violência contra mulher no Amazonas entre os anos de 2018 e 2022. O dado é um levantamento da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado e Saúde do Amazonas (SES-AM).
O cenário completo das informações da violência contra a mulher, em todos os ciclos de vida dela, para o período está disponível no boletim disponível no site da Fundação, em: https://bit.ly/3Q7mv5g
No estado, o monitoramento é realizado pela Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (GVDANT), no Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP.
De acordo com a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, o monitoramento dos casos de violência contra a mulher é fundamental para a saúde pública, pois permite compreender a extensão do problema e direcionar ações de forma ainda mais eficaz.
“Além de prevenir danos físicos e psicológicos, o acompanhamento constante do cenário epidemiológico nos ajuda a fortalecer a construção de políticas públicas de saúde ainda mais sensíveis e direcionadas, contribuindo para um futuro em que todas as mulheres possam viver livres de violência e desfrutar de uma vida saudável e plena”, destaca a diretora Tatyana.
O boletim mostra que foram notificados 19.983 casos de violência contra as mulheres entre 2018 e 2022, sendo as principais vítimas as pertencentes à faixa etária de 10 a 14 anos (25,8%), seguido de 20 a 29 anos (19,1%) e 15 a 19 anos (15,5%). Conforme o levantamento, os principais prováveis autores da violência física contra a mulher são homens, representando 67,1% das notificações.
O estudo mostrou, ainda, que o lugar onde mais ocorreram os casos de violência foram residências, representando 66% das notificações.
Violência sexual
O cenário epidemiológico de 2018 a 2022 no Amazonas aponta, ainda, que a violência sexual está em segundo lugar no ranking das violências sofridas pela mulher, representando 31,1% das notificações.
Responsável pela consolidação dos dados, Cassandra Torres, que atua como coordenadora de Vigilância de Violências e Acidentes no GVDANT, destaca que a violência sexual foi a mais prevalente em mulheres na infância e na adolescência, na faixa etária de 0 a 19 anos. Nos casos de violência sexual, a principal violência foi estupro de vulnerável (51,9%), a conjunção carnal ou outro ato libidinoso praticado contra menor de 14 anos.
“Ao rastrear e documentar esses dados, o objetivo é investir em uma vigilância eficaz que atue, de forma integrada com outras instituições, no estabelecimento de políticas e programas de prevenção que protejam nossas jovens e as preparem para uma vida saudável e livre de traumas”, acrescenta Cassandra, do GVDANT, na FVS-RCP.
Violência
Considerada um grave problema de saúde pública, por definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência é determinada pelo uso intencional da força ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.
FOTO: Girlene Medeiros/FVS-RCP