Teatro Amazonas se aproxima da comunidade com projeto ‘Olho Mágico’

Alunos da rede pública de ensino participam do projeto de imersão no principal símbolo da cultura amazonense

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Dezessete alunos da rede estadual de ensino, com idades entre 14 e 18 anos, embarcam em uma aventura que tem como foco principal o Teatro Amazonas, símbolo maior da cultura no estado. Trata-se do projeto “Olho Mágico – Um Novo Olhar Sobre o Teatro Amazonas”, que faz parte das atividades de celebração dos 128 anos do teatro-monumento.

O projeto vai ser desenvolvido junto à comunidade estudantil de Manaus entre os meses de outubro e dezembro, aproximando a população do histórico símbolo cultural da cidade. O lançamento oficial do projeto aconteceu nesta quarta-feira (16/10), no Teatro Amazonas.

A ação promoverá uma vivência, por meio de interações com as atividades cotidianas do teatro, além de proporcionar aos estudantes um processo de criação audiovisual, fotografia, pintura e desenho, propiciando o aprofundamento intelectual acerca do nosso patrimônio arquitetônico maior.

Para o idealizador do projeto, Jorge Kennedy, a seleção dos alunos foi baseada em escolas localizadas nos arredores do teatro, e que dessa forma, facilita a locomoção dos estudantes, permitindo que eles participem das atividades três vezes por semana. As visitas ao Teatro Amazonas ocorrem às segundas-feiras e, às quartas e sextas, no Palacete Provincial, os alunos participam das oficinas de desenho livre e técnicas de aquarela.

“O foco artístico é o audiovisual, as artes plásticas, onde os alunos foram selecionados através dessa beneficência, eles desenham muito bem e eles pintam, então, agora a gente vai aprofundar isso para que sejam criadas obras para a exposição final, onde o mais importante não é a obra prima final mas sim o processo”, enfatiza Kennedy.

O programa será desenvolvido sob a responsabilidade da diretoria do Teatro Amazonas e coordenação de seu setor de Acervo Histórico, contando com o apoio do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, Ateliê de Conservação e Restauro, setor de Arte e Educação e Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. 

O projeto “Olho Mágico” conta ainda com a parceria da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Valorização do Patrimônio

De acordo com o Secretário de Cultura e Economia Criativa em exercício, Candido Jeremias, nos últimos três anos, os avanços para candidatura dos Teatros da Amazônia se tornarem Patrimônio Mundial da Unesco tem sido uma crescente. Os técnicos da Secretaria de Cultura estão à frente dessa iniciativa, que culminou na criação de um manual com diretrizes específicas para que o Teatro Amazonas e o Theatro da Paz, em Belém, possam buscar esse reconhecimento mundial. 

“Esse projeto é muito importante para o diálogo com a comunidade, com as escolas que estão próximas ao Teatro Amazonas e com a sociedade em geral. É de suma importância pra gente ter conteúdo e engrossar o caldo, para concorrer e ser um grande patrimônio mundial da Unesco”, afirma o secretário.

Ao final da imersão na história e cotidiano do Teatro Amazonas, o grupo finalmente poderá criar suas obras inéditas, física ou virtual, construindo um acervo de uma exposição na Casa das Artes, integrando a programação de celebração de aniversário de 128 anos do Teatro Amazonas. 

O “Olho Mágico” é uma ação de difusão cultural de caráter simbólico e visa a quebra de paradigmas na relação da plateia amazonense com o Teatro Amazonas, difundindo a sua relevância na vida cotidiana das pessoas por meio de um olhar mais intimista do teatro-monumento.

Interação com o Teatro Amazonas 

A proposta objetiva aprofundar a interação da comunidade com aspectos relevantes do Teatro, por intermédio de práticas de criação em artes audiovisuais e apreensão de conhecimentos teóricos acerca da construção do monumento, assim como dos conceitos artísticos envolvidos nesse processo.

O participante, Quinn dos Santos, 16 anos, aluno do Colégio Amazonense Dom Pedro II, conta que está entusiasmado de estar participando desse projeto grandioso pela primeira vez. 

“As aulas estão sendo muito bem administradas, dia de terça a gente tem aula de pintura em aquarela, onde está sendo desenvolvido as técnicas, e dia de sexta a gente tem aula de desenho, estamos aprendendo perspectivas e as aulas são maravilhosas”, explica o aluno.

Ao longo do processo, os estudantes também vão participar de palestras com temáticas de história, arquitetura e artes que influenciaram a construção do Teatro Amazonas, além de cursos e oficinas de criação e produção em artes visuais. 

Emanuella Soares, 17 anos, aluna do Colégio Brasileiro Pedro Silvestre, revela que seu interesse pelo audiovisual e pelo Teatro Amazonas partiu do incentivo de familiares e após pintar a sua primeira tela, no ano passado. Desde então, a aluna começou a vender suas obras e já possui várias telas no acervo pessoal. Experiência esta que compartilha com o grupo, durante os encontros do projeto. “Está sendo ótimo o movimento, toda aula a gente aprende algo novo, a gente aprende novas técnicas. Hoje, por exemplo, aprendemos a mexer com a tinta aquarela, e como utilizá-la”, disse Emanuella. 

Os dezessete alunos participantes do Projeto “Olho Mágico”, integram os colégios: Colégio Amazonense Dom Pedro II; Colégio Brasileiro Pedro Silvestre; Escola Estadual Farias Brito; Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida e a Escola Estadual Profº Eunice Serrano Telles de Souza. 

Participação colaborativa

O proprietário da Livraria Lira Erick Lira, enfatiza a importância da participação da iniciativa privada no projeto “Olho Mágico”, como forma de alcançar públicos que não possuem acesso à literatura e que não conhecem o Teatro Amazonas. “No momento que a cultura acoplou a educação nesse projeto “Olho Mágico”, eu achei fantástico e não tive como ficar de fora, me senti na obrigação de estar fazendo parte e estar ajudando de alguma forma, me sinto privilegiado de fazer parte disso”, disse.

As atividades serão veiculadas sistematicamente para conhecimento público via internet, no youtube da Cultura, dividida em episódios, até dezembro. 

Foto: Secretaria de Cultura e Economia Criativa/David Martins

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