‘Meu sangue vem salvando vidas há 13 anos’, ressalta doador fenotipado do Hemocentro do Amazonas

De acordo com o Hemoam, doadores de sangue conseguem salvar quatro vidas por doação

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Orgulho e emoção. É desta forma que o doador fenotipado da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam), retrata o sentimento de ser um dos 21,4 mil cadastrados no Banco de Dados de Fenotipagem da Fundação. A lista inclui pessoas que doaram pelo menos três vezes, sendo uma delas ao longo dos últimos 12 meses e tiveram o sangue analisado minuciosamente.     

O industriário Alcinei Guimarães, de 47 anos, vem salvando vidas há 13 anos. O doador contou que após três doações no Hemocentro, descobriu que tinha um sangue raro, e que conseguiria ajudar pacientes com doenças crônicas no sangue e câncer.                                                                                                                                                                                          

“A primeira vez que eu vim doar foi em 2010, onde meu amigo sofreu um grave acidente de moto e precisou de doação, a gente se sensibilizou e veio fazer esse ato. Desde lá eu não parei, ainda mais por saber que eu tenho esse sangue especial, meu sangue vem salvando vidas há 13 anos, me sinto muito honrado”, contou.

A gerente de Imunohematologia do Hemoam, Nina Rosa, ressaltou que o setor faz pesquisas diárias no banco de dados em busca de doadores fenotipados, os quais têm o sangue raro para determinados pacientes politransfundidos, ou seja, pacientes que após receberem muitas transfusões de sangue o organismo começa a rejeitar o sangue de qualquer doador, mesmo que o doador seja do mesmo grupo sanguíneo do paciente.

Nina explicou ainda que fenotipar significa identificar mais características além dos conhecidos subgrupos ABO e fator Rh, que juntos, formam o popularmente chamado tipo sanguíneo, como AB positivo ou O negativo. Ao fazer isso, o hemocentro confere mais segurança às transfusões para pacientes com doenças do sangue.

“Nós pegamos um doador que tenha mais de três doações e fazemos uma testagem mais ampla, que tem por finalidade reduzir reações transfusionais nos nossos pacientes. Se os pacientes com doenças crônicas ficarem tomando esse sangue por muito tempo, eles podem adquirir esses anticorpos na forma mais tardia. O nosso banco é justamente para esses pacientes tomarem bolsas iguais aos fenótipos do doador e não adquirirem esses anticorpos”, explicou. 

De acordo com o Hemoam, um doador de sangue consegue salvar quatro vidas. Alcinei enfatizou sobre a importância da doação, já que todos os meses ele se esforça para ir até o hemocentro e levar esperança para os pacientes que precisam.  

“Tem uma paciente especial para quem eu doo há muitos anos, sempre que o Hemoam me liga eu vou até lá, até quando não posso faço um esforço, porque a gente sabe da importância. Saber que posso pelo menos dar uma esperança a mais através do meu sangue é muito gratificante, pretendo continuar doando até quando eu puder”, emocionou-se. 

Programa de Fenotipagem

Para ser inserido neste programa, é necessário que o doador tenha no mínimo três doações recentes de sangue total no Hemocentro e pelo menos uma nos últimos 12 meses. Os doadores que estiverem dentro destes critérios poderão ser incluídos no banco de doação fenotipada e receberão ligações do Hemocentro para uma nova doação, quando houver algum paciente que necessite do tipo específico de sangue.

Requisitos

Para doar sangue, é necessário pesar mais de 50 quilos e ser maior de 18 anos. Adolescentes a partir de 16 anos também podem doar desde que estejam acompanhados por um responsável legal. Para todos os casos, exige-se estar em boas condições de saúde e não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação. Os demais pré-requisitos podem ser consultados no site www.hemoam.am.gov.br/

Fotos: Roberto Carlos/ Secom

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