Manaus está em médio risco e 26 bairros tem alta vulnerabilidade para doenças transmitidas pelo Aedes

Analisando os dados, juntamente com as notificações de casos suspeitos de dengue, zika e Chikungunya, o estudo apontou que 26 bairros estão em Alta Vulnerabilidade

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O 1º Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) do ano de 2024, realizado no período de 17 a 29 de junho em Manaus, apontou que o município segue em Médio Risco para as doenças transmitidas pelo mosquito. Analisando os dados, juntamente com as notificações de casos suspeitos de dengue, zika e Chikungunya, o estudo apontou que 26 bairros estão em Alta Vulnerabilidade.

Executado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o Levantamento, que é feito duas vezes ao ano, foi realizado a partir da vistoria de 26.307 imóveis, selecionados por amostragem nos 63 bairros de Manaus. Com a análise dos dados, foi possível identificar o nível de infestação no município, que pode ser baixo, médio (compreende valores entre 1,0 e 3,9) ou alto.

No momento da vistoria dos imóveis, os agentes de saúde trabalharam na identificação, eliminação e tratamento de criadouros do mosquito Aedes aegypti, com ações de educação em saúde e a coleta de larvas que foram encaminhadas para análise em laboratório para identificação da espécie do mosquito. Os agentes de saúde também identificaram os tipos predominantes de depósitos que podem servir como criadouros do Aedes aegypti.

Com os dados obtidos no LIRAa nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste, agregado às informações sobre a ocorrência de casos notificados de zika, chikungunya e dengue, a Semsa elaborou um Mapa de Vulnerabilidade com as áreas prioritárias para a intensificação das ações de controle do mosquito no município de Manaus.

De acordo com o Mapa, houve a identificação de 26 bairros classificados como de Alta Vulnerabilidade: Japiim, Parque 10, Cachoeirinha, Adrianópolis, Flores, Petrópolis e Aleixo (zona Sul); Tarumã-Açú, Tarumã, Nova Esperança, Redenção, Alvorada, São Jorge, Compensa, Santo Antônio e São Raimundo (zona Oeste); Cidade Nova, Colônia Santo Antônio e Colônia Terra Nova (zona Norte); e Armando Mendes, Coroado, São José, Zumbi, Gilberto Mestrinho, Tancredo Neves e Jorge Teixeira (zona Leste).

Em Média Vulnerabilidade, foram classificados 22 bairros: Vila Buriti, Centro, Praça 14, Presidente Vargas, Nossa Senhora das Graças, Educandos, São Lázaro, São Geraldo (zona Sul); Ponta Negra, Santo Agostinho, Lírio do Vale, Planalto, Bairro da Paz e Glória; Cidade de Deus, Novo Aleixo, Novo Israel, Monte das Oliveiras e Nova Cidade (zona Norte); e Mauazinho, Colônia Antônio Aleixo e Puraquequara (zona Leste).

O Mapa aponta ainda 15 bairros classificados como Baixa Vulnerabilidade: Distrito Industrial 1, Morro Liberdade, Nossa Senhora de Aparecida, Betânia, Chapada, Colônia Oliveira Machado, Raiz, São Francisco, Crespo e Santa Luzia (zona Sul); Dom Pedro e Vila da Prata (zona Oeste); Santa Etelvina e Lago Azul (zona Norte); e Distrito Industrial 2 (zona Sul).

Criadouros

O LIRAa também realizou o levantamento do Índice Breteau (IB), que indica o percentual de depósitos encontrados com focos de mosquitos, e que apresentou um índice de 2,6%. A análise dos dados mostrou que os depósitos que mais têm contribuído neste momento para a proliferação do mosquito Aedes aegypti em Manaus são os chamados Tipo B, que são os depósitos móveis, como vasos, frascos com água, pratos e bebedouros, que representaram 33,4% dos depósitos predominantes.

Em seguida, representando 27,2%, estão os depósitos Tipo A2, que são usados no armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas. Os recipientes Tipo D2, como lixo recipientes, garrafas, latas, ferro velho, apresentaram resultado de 26,6%.

Como os depósitos predominantes são encontrados principalmente no interior das residências, a participação efetiva da população é essencial nas ações de controle do Aedes, especialmente no que se refere à eliminação de criadouros, além da necessidade de envolvimento de outras instituições e secretarias municipais no trabalho de combate à proliferação do mosquito.

A partir dos dados consolidados do LIRAa e do Mapa de Vulnerabilidade, a Semsa realizou um planejamento para executar estratégias de prevenção e controle do Aedes aegypti, estabelecendo prioridades de atuação em cada território.

As ações incluem a mobilização para utilizar o checklist 10 Minutos contra o Aedes, que consiste na realização de vistoria semanal nos domicílios, feita pelos próprios moradores em um tempo médio de 10 minutos, para identificar e eliminar possíveis criadouros. Como o ciclo evolutivo do Aedes aegypti, do ovo ao mosquito adulto, leva de sete a dez dias, a vistoria semanal é suficiente para evitar a proliferação do mosquito.

Casos

Dados do Sinan_ONLINE, do Ministério da Saúde, mostram que o município de Manaus registrou, este ano, sete casos confirmados de chikungunya, 19 casos confirmados de zika vírus e 2.285 confirmados de dengue.

Foto – Divulgação / Semsa

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