Mais de 12 mil crianças foram vacinadas em Manaus no Dia D de vacinação contra a pólio

A campanha segue ao longo da semana, quando a população pode procurar uma das mais de 150 salas de vacina da rede municipal

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O Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite mobilizou crianças, pais e tutores no sábado, 8/6, das 8h às 16h. Ao longo do dia, 12.442 crianças de 1 a 4 anos receberam a dose adicional da vacina oral (VOP), também conhecida como gotinha. A mobilização foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), da Prefeitura de Manaus, que disponibilizou 367 postos de atendimento, entre unidades de saúde, escolas, igrejas, estabelecimentos comerciais e postos volantes em todas as zonas da cidade.

Ao acompanhar a ação na Unidade de Saúde da Família (USF) Frank Abrahim Lima, no bairro Novo Aleixo, na zona Norte da capital, o secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, ressaltou a importância da adesão da população em geral à campanha de imunização, de modo a evitar o ressurgimento da doença, erradicada no Brasil nos anos 1990.

“Uma comunidade com baixa cobertura vacinal está mais sujeita para que doenças já erradicadas graças às vacinas adentrem no território. Por isso, convocamos pais e tutores a levarem suas crianças para vacinar. Quem ama cuida, e quem cuida vacina”, declarou.

Durante o Dia D, além das crianças de 1 a 4 anos, os pais tiveram a oportunidade de vacinar os bebês de 2 a 11 meses em atraso com o esquema vacinal.

Reforçando o chamado da campanha, a gerente de Imunização da Semsa, Isabel Hernandes, alertou para os riscos da doença para a saúde da população. “A poliomielite é capaz de deixar sequelas para o resto da vida, daí porque os pais precisam entender a importância e vacinar seus filhos. Temos muitas crianças suscetíveis, por conta das baixas coberturas vacinais, por isso é importante que cada pai faça seu trabalho e traga sua criança para ser vacinada contra essa doença”.

Um dos pais que aderiram à mobilização neste sábado foi o empresário Ismael Menezes, que levou o filho para tomar a gotinha na USF Frank Abrahim Lima. “É uma campanha muito importante de combate à paralisia infantil, então a gente não pode ficar de fora, né? A gente tem que aproveitar e fazer a nossa parte”, disse.

Além dos atendimentos nos postos fixos e volantes, a Semsa Manaus fez busca ativa de crianças não vacinadas, por meio de visitas domiciliares, conduzidas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em seus territórios de abrangência, em especial nas áreas de difícil acesso.

Reforço

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, idealizada pelo Ministério da Saúde, começou no dia 27 de maio e encerrará na próxima quinta-feira, 14 de junho. O objetivo da ação é aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite e evitar a reintrodução do poliovírus no Brasil.

Em Manaus, até o final da campanha, a meta é vacinar 123,7 mil crianças de 1 a 4 anos, o que corresponde a 95% da população total de 130.316 meninos e meninas nessa faixa etária, de acordo com o Censo 2022. 

Para Isabel Hernandes, apesar da mobilização deste sábado, é preciso aumentar muito a adesão dos pais à vacina. “Ainda não alcançamos nem 30% do público-alvo”, alertou.

Desde o início da campanha, foram vacinadas 32.896 crianças, ou seja 24,5% do total. Dessas 19.454 foram vacinadas no período de 27 de maio a 7 de junho e as outras 12.442 neste Dia D. 

A campanha segue ao longo da semana, quando a população pode procurar uma das mais de 150 salas de vacina da rede municipal. Os endereços e horários de funcionamento das unidades podem ser consultados no site da Semsa (manaus.am.gov.br/semsa). 

Livre

O país registrou o último caso de pólio em 1989, sendo certificado como livre da doença em 1994. No entanto, desde o ano passado, está em alto risco para a reintrodução do vírus, de acordo com a Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC).

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é causada pelo poliovírus selvagem (PVS) dos tipos 1, 2 e 3, podendo infectar crianças e adultos. A doença não tem cura e normalmente causa sequelas motoras, sendo que os principais efeitos são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações, levando à paralisia dos membros inferiores nos casos mais graves.

Foto – Artur Barbosa/Semsa

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