Imagens do satélite Copernicus UE, do programa espacial da União Europeia, divulgadas na quinta-feira (5), mostram o retrato, no rio Amazonas, da seca que atinge a região Norte do país.
Apesar de outubro e novembro serem meses de transição da estação seca para a chuvosa na maior parte da Amazônia Sul, os pesquisadores do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), destacam que, neste ano, desde o mês de maio, a maior parte do oeste da Amazônia vem registrando chuvas bem abaixo da média.
A escassez de chuvas na região pode estar associada com o aquecimento observado na região sudoeste da Amazônia em consequência do inverno mais quente decorrente da atuação do fenômeno El Niño, que deve atingir sua máxima intensidade no final do ano. Já em setembro, é possível observar o impacto da seca na vegetação da região.
A previsão é de que os volumes de chuvas que normalmente chegam no final do ano fiquem abaixo da média, com risco de que alguns rios não atinjam os valores normais.
Até 25 de dezembro deste ano, há probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões abaixo da média nos rios localizados em toda a região Norte e na região Centro-Oeste do Brasil, com exceção do estado do Amapá e porção nordeste do estado do Pará.
A previsão de vazão em todos os pontos do Rio Negro indica aumento gradual das vazões; porém, com permanência de vazão abaixo da média até o final do período previsto. Em todos os pontos do Rio Solimões também deve haver aumento gradual das vazões, porém, com permanência de vazão abaixo da média até o final do período previsto.
Visita de Alckmin
Nesta quarta, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) visitou Manaus para avaliar a seca que atinge o Amazonas.
Após sobrevoo nas comunidades afetadas, ocorreu reunião com autoridades locais para debater as medidas a serem adotadas para lidar com a seca extrema no Norte do país.
Entre as medidas anunciadas pelo governo federal para socorrer a região, está a realização de duas obras de dragagem, uma no Rio Solimões e outra no Rio Madeira, para recuperar a capacidade de navegação nos locais.
A previsão é que os trabalhos sejam finalizados entre 30 e 45 dias. Juntas, as obras terão 20 quilômetros de extensão e custo de R$ 138 milhões.