Coceiras associadas a inflamações no pênis podem evoluir para infecções

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Tratada geralmente como normal pela população masculina, a ocorrência de coceira no órgão genital masculino não recebe a devida atenção, mas pode ser um sinal de inflamações ou proliferação de fungos, alterações que, se não tratadas corretamente, trazem conseqüências dolorosas. Entre os problemas relacionados ao sintoma, está a Balanopostite, cujo número de casos chega a 150 mil ao ano no Brasil, explica o urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

Considerada uma patologia de diagnóstico e tratamento ambulatoriais, a Balanopostite é uma inflamação que acomete o prepúcio e a cabeça do pênis (se ocorrer apenas na mucosa da glande, denomina-se Balanite). É mais comum em homens de meia-idade, não circuncidados, ou, que apresentam fimose (crescimento anormal da pele peniana, que recobre a glande), o que dificulta a higienização.

Portadores de diabetes tipo 2, cuja doença está descontrolada, também podem apresentar a alteração, já que a concentração de açúcar na urina é maior que em outros indivíduos. Figliuolo destaca que entre as características da inflamação, estão: vermelhidão, calor local, coceira, dor e secreção com cheiro forte. “A patologia também pode ter relação com alguma doença de pele, falta de higiene e até ao uso de alguns sabonetes e pomadas que podem causar irritação ou inflamação”, ressaltou.

Outros fatores de risco são: obesidade, baixa imunidade, uso prolongado de antibióticos, as candidíases (causadas por fungos), as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) – gonorréia, sífilis, herpes genitais e afins – e o contato por longo tempo com o esmegma, uma secreção de cor branca, formada por células mortas e gordura, e que permanece sob o prepúcio com a falta de asseio, por exemplo. “Sem o tratamento adequado, a doença pode evoluir, inclusive, para uma infecção urinária, deixando o quadro mais agravado”, frisou o especialista.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito através da avaliação clínica de um urologista. São considerados tanto os sintomas quanto as possíveis lesões ocasionadas pela inflamação, que têm características específicas. Giuseppe Figliuolo alerta que, em parte dos casos, dependendo da evolução do quadro, é indicada a cirurgia para a correção da fimose, que é simples e de rápida recuperação.

“Quando o indivíduo desenvolve Balanopostite associada à fimose, é provável que mesmo após o tratamento, ele volte a ter o problema, já que o excesso de pele vem acompanhado do estreitamento do prepúcio, não permitindo a exposição da glande (cabeça do pênis) e isso torna os quadros inflamatórios recorrentes”.

Em casos mais simples, o tratamento medicamentoso, com antibióticos e/ou antialérgicos, e o acompanhamento de um urologista é o recomendável. “Cuidados simples como uma boa higiene íntima, inclusive após as relações sexuais; o uso de preservativos e a identificação de substâncias que possam causar irritação, ajudam a prevenir o problema”, assegurou.

Evitar roupas íntimas apertadas e não usar sunga molhada durante muito tempo também fazem parte das recomendações.

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