Um esquema de estelionato sofisticado e ousado foi desmantelado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) no domingo (04/05). Raimundo Corrêa de Sales, de 46 anos, conhecido como “Careca”, foi preso preventivamente pela Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), após se passar por servidor da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM) e da Receita Federal para aplicar golpes em empresários e comerciantes de Manaus.
Segundo as investigações, Raimundo utilizava uniformes e crachás falsificados dos dois órgãos públicos para convencer suas vítimas de que estava envolvido em ações oficiais de apreensão de mercadorias. Ele afirmava que os produtos, uma vez apreendidos, seriam destinados a uma suposta associação de fiscais, mas que poderiam ser repassados “legalmente” a terceiros mediante pagamento.
“O investigado elaborava todo um teatro para enganar suas vítimas. Em alguns casos, chegou a levá-las até a sede da Sefaz-AM, onde as convencia de que a transação era legítima. Lá, ele exigia o pagamento em dinheiro e pedia que a vítima aguardasse enquanto providenciava a nota fiscal. Depois disso, saía pelos fundos e desaparecia”, explicou o delegado Thomaz de Vasconcelos Dias, titular da DERFD.
Um dos casos que mais chamou a atenção da polícia foi o de uma empresária do ramo de equipamentos táticos, que teve um prejuízo de R$ 120 mil. Conforme a investigação, Raimundo apresentou a ela supostas mercadorias liberadas pela Receita Federal e prontas para venda. A empresária foi convencida a fechar negócio e entregou o valor combinado. Desde então, nunca mais teve contato com o suspeito.
As autoridades suspeitam que o golpe tenha sido aplicado em ao menos outras 50 pessoas. A polícia segue ouvindo vítimas e colhendo depoimentos para aprofundar as investigações e mapear a real extensão do esquema.
Além da prisão preventiva, a Justiça autorizou a apreensão de materiais utilizados no crime, como uniformes, crachás e documentos falsificados. As buscas também se estendem a possíveis cúmplices, já que há indícios de que Raimundo não agia sozinho