O uso indiscriminado de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e diclofenaco, pode representar um sério risco à saúde dos rins, especialmente para pacientes com doenças renais preexistentes, ou, que fazem uso contínuo de medicamentos para tratar condições crônicas, como hipertensão e diabetes. O alerta é do presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo.
De acordo com o especialista, que atua na Urocentro Manaus, os anti-inflamatórios podem reduzir o fluxo sanguíneo para os rins, comprometendo sua função e aumentando o risco de insuficiência renal aguda.
São considerados grupo de risco pacientes com doença renal crônica, diabéticos, hipertensos e idosos.
Além disso, o uso prolongado dessas substâncias pode levar a danos irreversíveis, como doença renal crônica (DRC), uma condição progressiva que pode necessitar de diálise ou transplante renal nos casos mais graves.
“Para pacientes com doenças renais ou crônicas, o uso dessas medicações deve ser feito com cautela e acompanhamento médico, uma vez que elas podem interagir negativamente com outros tratamentos e agravar a função renal. A avaliação dos riscos só pode ser feita por um profissional médico, que analisará a condição clínica de cada paciente, de forma individual, de modo a indicar a dosagem certa e o tempo que se deve fazer uso desses anti-inflamatórios”, alerta Figliuolo, que é doutor em saúde pública.
A orientação médica é essencial para garantir um tratamento seguro e eficaz. A conscientização sobre os riscos do uso indiscriminado de anti-inflamatórios é fundamental para a preservação da saúde renal.
“Muita gente tem a mania de usar esses medicamentos por conta própria, de modo a amenizar dores e inflamações. Especialmente, pessoas que sofrem de doenças crônicas inflamatórias. Pode até funcionar momentaneamente, mas, acaba gerando danos a longo prazo aos rins, fazendo com que se desenvolva outros problemas evitáveis”, destaca Figliuolo.
Ele lembra que há terapias alternativas para pessoas consideradas grupo de risco, ou, que desenvolvem alterações de outras naturezas. Entre elas, estão compressas frias ou quentes, fisioterapia, analgésicos, entre outros. Todas menos agressivas e recomendadas por profissionais da saúde.
De acordo com ele, diante de qualquer sintoma persistente, a recomendação é buscar orientação de um profissional médico, como um urologista, e evitar a automedicação.
Veja as principais alterações que podem derivar do uso indiscriminado de anti-inflamatórios:
- Insuficiência Renal Aguda (IRA)
- Doença Renal Crônica (DRC)
- Nefrite Intersticial Aguda e Crônica
- Necrose Papilar Renal
- Hipertensão e Retenção de Líquidos
- Gastrite, úlcera péptica e hemorragia digestiva
Foto: Divulgação