O Consulado da Suécia, a Universidade Nilton Lins e a Escola Mahi Mahi de Remo realizaram, neste sábado (12/10), a segunda edição do Plogging, na praia da Ponta Negra, zona Oeste de Manaus. A ação uniu a prática esportiva à coleta de lixo, em um esforço coletivo para limpar a praia, que sofreu com o acúmulo de resíduos devido à seca extrema que afeta a região.
A primeira edição do Plogging foi realizada em 2022, nas margens do Igarapé do Gigante, na zona Oeste de Manaus.
Nascido na Suécia, o plogging – resultante da palavra sueca plocka upp (recolher) e do inglês jogging (correr/caminhar), já é praticado em mais de 100 países por pessoas que recolhem o lixo que encontram quando saem para caminhar, correr ou praticar exercícios ao ar livre.
A cônsul honorária da Suécia, Gisélle Lins Maranhão, destacou a importância do evento e explicou como a iniciativa surgiu. 
“A ideia do plogging começou na Suécia e já acontece em todo o mundo. Esta é a segunda edição que realizamos em Manaus. A primeira foi no Igarapé do Gigante, e contamos com o apoio da Remada Sustentável e de algumas fundações e de voluntários”, explicou.
“Este ano, devido à seca extrema que estamos enfrentando, o lixo nas praias ficou ainda mais evidente, especialmente aqui na Ponta Negra, onde eu pratico meus esportes, sou frequentadora. Então, em parceria com a Federação de Remo e a Mahi Mahi, que é a escola de canoa havaiana, reunimos atletas e remadores para limpar a praia”, ressaltou
A cônsul destacou que o plogging é uma combinação de esporte e responsabilidade ambiental. “Enquanto praticamos esportes, também cuidamos do meio ambiente. É um compromisso que temos com o local que usamos, seja para lazer ou esporte. Nós, que praticamos remo, usamos o rio, então esta ação de limpar a praia faz parte desse cuidado”, destacou.

Engajamento

Sobre a continuidade da iniciativa, Gisélle revelou que novas ações estão programadas. “Já temos outra atividade marcada para o dia 19, organizada pela Federação de Remo. Mas o plogging, no entanto, fazemos uma vez ao ano somente devido aos cuidados necessários, como os materiais de coleta. Tudo é feito com doações e é um trabalho voluntário. Nossa intenção é sempre envolver a comunidade, atletas e voluntários. Hoje, por exemplo, temos a participação da Universidade Nilton Lins, ONGs e outras pessoas que se juntaram à ação”, detalhou a cônsul.

Consciência ambiental

“Cada um de nós tem um papel. Muitas vezes criticamos os impactos ambientais, mas pequenas ações podem fazer a diferença. Evitar jogar lixo nas praias e reduzir o uso de materiais de difícil decomposição são atitudes simples que ajudam a manter o ambiente limpo. Se cada pessoa fizer sua parte, já estaremos contribuindo para reduzir a quantidade de lixo nas praias”, ressaltou Gisélle Lins Maranhão.

Movimento em defesa do meio ambiente

Benedito Monteiro, proprietário da escola de remo Mahi Mahi e um dos organizadores do evento, destacou a importância da ação neste momento em que a seca severa tornou visíveis grandes quantidades de lixo.
“Essa é a segunda edição da limpeza que estamos realizando aqui na praia da Ponta Negra. Aproveitamos esse momento de baixa do rio, quando os resíduos descartados de maneira inadequada ficam mais evidentes, prejudicando o meio ambiente e a vida aquática”, explicou Monteiro.
Ele ressaltou que a seca severa deste ano foi um fator que motivou ainda mais a realização da ação, já que o acúmulo de lixo se tornou bem mais visível com a redução do nível das águas. “O lixo que normalmente fica submerso agora está exposto, então estamos retirando o máximo possível e armazenando em sacos, para que a prefeitura faça o recolhimento”, ressaltou.
Monteiro também relembrou como a ação começou, de forma espontânea. “A primeira edição foi bem informal. A gente viu que tinha muito lixo na praia e os alunos que estavam no remo começaram a recolher. Foi uma iniciativa coletiva e voluntária, com apoio de ONGs, como a Amigos do Bem e da própria Federação de Remo”, contou.
Com o sucesso da primeira edição, o evento deste ano ganhou mais força. “Ampliamos as parcerias e conseguimos uma ação mais efetiva e organizada este ano, com mais voluntários e materiais para recolher os resíduos da água e da areia.”
A iniciativa também reforça a importância de sensibilizar a sociedade para a preservação ambiental, especialmente em períodos de crise climática, como a seca que afeta a Amazônia.
Com o apoio de atletas, voluntários e a comunidade, a ação de plogging na Ponta Negra demonstra o poder de iniciativas colaborativas na promoção do bem-estar ambiental e da conscientização sobre o descarte adequado de resíduos.

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