Startup apoiada pelo Governo do Amazonas desenvolve técnica para ampliar produção de mudas de bananas

Pesquisa foi motivada pela necessidade de oferecer mudas de alta qualidade para o setor produtivo do Amazonas

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No Amazonas, a Startup Biofábrica Ananas, apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolveu mudas de bananas micropropagadas, que são plantas clonadas em laboratório, usando a técnica de cultura de tecidos vegetais. O método permite a reprodução em larga escala, a partir de partes da planta-mãe, e assegura mudas com alta qualidade genética e fitossanitária, eliminando a variabilidade genética que ocorre em métodos tradicionais de propagação.

O projeto coordenado pela doutora em Biotecnologia Vegetal, Simone da Silva, é amparado pelo Programa Inova Amazônia Módulo Tração, Edital Nº 001/2023, uma parceria entre a Fapeam e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A iniciativa trabalha com variedades de espécies desenvolvidas pela Embrapa Amazônia Ocidental, entre as quais Pacovan, BRS Conquista, Maçã, BRS Princesa e Terra-Anã, além de matrizes selecionadas por produtores locais.

Simone destaca que a pesquisa foi motivada pela necessidade de oferecer mudas de alta qualidade para o setor produtivo do Amazonas, que enfrenta desafios como a perda frequente de matrizes devido aos longos períodos de seca e outras adversidades climáticas. “Essa situação força os produtores a adquirir mudas de biofábricas localizadas no Sudeste e Nordeste, o que aumenta os custos e o tempo de reposição”, explicou.

Com a aplicação da técnica de cultura de tecidos vegetais, o projeto fornece mudas selecionadas, geneticamente padronizadas e adaptadas às condições locais. Além de solucionar gargalos como a presença de pragas, doenças e a falta de padronização, essa abordagem promove maior controle fitossanitário.

Segundo a coordenadora, para os produtores rurais, os impactos incluem o acesso facilitado a mudas de alta qualidade, o que contribui para o aumento da produtividade das lavouras, a estabilidade na geração de renda familiar e a garantia de colheitas regulares. Além disso, essa iniciativa potencializa a competitividade dos produtos locais em mercados internos e externos, que demandam padrões rigorosos de qualidade e consistência.

A Biofábrica Ananas, responsável pelo projeto, possui o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para produção de mudas micropropagadas, o que facilita a expansão da cadeia produtiva local e contribui para a bioeconomia da região. Além disso, a técnica de cultura de tecidos vegetais pode ser expandida para outras culturas, fortalecendo a fruticultura e promovendo práticas sustentáveis no estado.

Resultados

Os principais resultados incluem: otimização de protocolos para a micropropagação de variedades comerciais; produção inicial de 30.000 mudas em laboratório, com meta de alcançar 300.000 mudas até 2027; melhor acesso dos produtores a mudas padronizadas e de alta qualidade, adaptadas às condições locais; desenvolvimento de uma infraestrutura local que reduz custos; e, ainda, melhoramento da logística de distribuição no estado do Amazonas.

Apoio Fapeam

Para Simone, o apoio da Fapeam foi essencial para viabilizar o projeto, especialmente, por meio do financiamento proporcionado pelo Programa Inova Amazônia. O fomento permitiu o desenvolvimento de protocolos inovadores para a produção de mudas de banana micropropagadas, apoiando a criação de uma infraestrutura local que atende às necessidades do setor produtivo no Amazonas.

“O investimento da Fapeam contribuiu diretamente para posicionar o estado na vanguarda da bioeconomia, ao impulsionar a aplicação de tecnologias modernas, como a cultura de tecidos vegetais”, acrescentou.

Inova Amazônia

O programa tem o objetivo de gerar novos negócios, agregar valor às empresas existentes e fortalecer o ecossistema de bioeconomia na Amazônia, por meio da sustentabilidade e da conexão entre os empreendedores da região.

Foto: Acervo da pesquisadora Simone da Silva

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