‘Ritmos e cores pela inclusão’: As artes sem diferenças no palco do Teatro Amazonas

A terceira edição do evento foi marcada por um universo inclusivo e apresentou performances de músicos e artistas PcDs

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O Teatro Amazonas foi o palco de um universo inclusivo com a terceira edição de mais um espetáculo artístico reunindo os alunos do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro e a Orquestra de Violões do Amazonas (Ovam). Com o tema “Canto Brasileiro: Ritmos e Cores pela Inclusão”, o evento aconteceu na noite de quarta-feira (30/10), com a atuação da equipe da Biblioteca Braille do Amazonas, do Coral da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas e de estudantes da escola estadual Augusto Carneiro.

Em uma noite marcada pela celebração da inclusão e da diversidade artística, o evento promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, reuniu diversos talentos sob a condução de Davi Nunes, diretor do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro.

O recital apresentou dança, canto, performances dos músicos e artistas PcD. Davi Nunes destaca a importância de eventos como esse para desenvolver a inclusão social e a representatividade nos espetáculos. “É um trabalho que realizamos com muita alegria e satisfação, pois é uma oportunidade para que essas pessoas possam expressar seus talentos”, afirmou Nunes, ressaltando o apoio e a perseverança dos familiares e dos próprios artistas, que enfrentam desafios e obstáculos com resiliência para fazer parte de um momento de celebração e união.

A performance artística foi enriquecida pela atuação do bailarino Thiago Costa, dos cantores Rafael Alma e Lucas Matheus, dos percussionistas Rosinaldo Fernando e Allen Matheus, do saxofonista Hanerson e, na leitura de poesia, pela jovem artista Gabrielly Braz.

Sheila Campos, assessora do setor de Acessibilidade, revelou que a terceira edição do evento trouxe um musical inovador, pensado para valorizar as cores e a essência da arte brasileira. Dentro deste contexto, o espetáculo contou com um cenário inspirado no movimento modernista, com elementos como o cavaquinho, o coqueiro e diversas referências visuais. “Há três anos, trazemos esse espetáculo ao Teatro Amazonas, que já se tornou parte do nosso calendário. Vamos continuar!”, afirmou Sheila, idealizadora do evento.

Universo inclusivo

A inclusão e a diversidade, incentivadas pelo projeto, foram evidenciadas logo na entrada do Teatro Amazonas, onde artistas receberam o público vestidos com trajes inspirados no carnaval brasileiro — com referências ao carimbó, beiradão, tudo muito brasileiro e diverso. É o que destaca Juliana Mascarini, coordenadora do Núcleo de Artes Visuais e responsável pela cenografia e figurino do elenco.

“Decidimos incluir toda a nossa brasilidade, nossa música e linguagens artísticas. Transformamos tudo isso em elementos no espetáculo”, disse Juliana.

Também no hall, uma imersão sensorial e interativa envolveu o público com exposições de obras criadas por alunos do Liceu de Artes, muitos deles com deficiência, onde puderam mostrar seus talentos e habilidades.

“A arte possibilita um encontro com outros mundos, oferecendo a inclusão para todos nós”, refletiu o instrutor de Arte Visual do Liceu, Francisco Santos. “Esse espetáculo é um presente, com talentos que celebram o que há de melhor na diversidade e na inclusão”, expressou Francisco.

As exposições incluíram materiais pedagógicos da Biblioteca Braille, produzidos com desenhos a lápis de cor e grafite, além de jogos interativos, entre os quais, os temáticos citando clássicos como, “João e o Pé de Feijão” e “Harry Potter”, adaptados ao sistema de leitura tátil.

Cantar, dançar e interpretar

Quem retornou ao palco do teatro pela terceira vez foi o bailarino Thiago Costa, de 20 anos, estudante do 4º período de Licenciatura em Dança da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Thiago é um multiartista, que participou anteriormente do espetáculo ‘Pindorama: Uma viagem inclusiva ao folclore brasileiro’. Para ele, voltar ao palco foi um marco na sua carreira, onde ele pode dançar, cantar e interpretar. “Foi a primeira vez fazendo algo além de apenas dançar”, ressaltou o bailarino, que também sonha em participar do Festival Folclórico de Parintins.

No palco, a jovem Ester da Costa, de 12 anos, encantou a plateia ao interpretar a música ‘Renovação’. Ela ressaltou que o espetáculo foi especial porque destacou a união entre pessoas com diferenças únicas. “A intenção é a inclusão, é reunir as pessoas, mesmo sendo todas diferentes. Para mim, foi maravilhoso”, afirmou a cantora.

Outro grande destaque da noite foi Allen Matheus, baterista e aluno do Liceu de Artes, que fez sua estreia no palco do Teatro Amazonas. “A energia hoje foi muito boa. Foi uma apresentação excelente, com pessoas maravilhosas. Tenho o prazer de estar no Cláudio Santoro, aprendendo e compartilhando com todos”, completou o percussionista.

A preparação do espetáculo foi fundamentada na experiência de cada aluno, aliada à orientação dos professores e coordenadores do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, assim como as coreografias, construídas com base nas aulas e experiências dos alunos, valorizando as habilidades, inspiradas nas danças populares como, o carimbó, o samba, xaxado, baião e xote.

FOTO: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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