A vasectomia, considerada um método cirúrgico simples e eficaz para a esterilização masculina, tem sido adotada, cada vez mais, por homens jovens, que não desejam ter filhos. Apesar de ser conhecido como ‘definitivo’, o procedimento pode ser revertido. Mas, diversos fatores tendem a influenciar no retorno da fertilidade, tais como a idade do paciente, o tempo pós-vasectomia, entre outros, explica o cirurgião uro-oncologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.

“Muitos homens optam pela reversão por manifestarem, na fase mais madura, o desejo de se tornarem pais e de tentarem engravidar suas parceiras de forma natural. Atualmente, entre 50% e 60% dos homens que desejam ser pais, anos após terem feito a vasectomia, obtêm sucesso ao reverter a esterilização. A outra metade, acaba esbarrando em algum fator que impede a produção de espermatozoides e, provavelmente, precisará de algum tratamento complementar , ou, não conseguirá recuperar a fertilidade por fatores diversos”, destaca o especialista, que é presidente da seccional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

De acordo com ele, a técnica a ser utilizada depende de fatores como o tempo decorrido desde a vasectomia e a condição dos ductos deferentes. Geralmente, opta-se pela vasovasostomia, ou, pela vasoepididimostomia.

Figliuolo ressalta que a reversão é um procedimento mais complexo e delicado, que requer o uso de microscópio, mais tempo cirúrgico para religar os chamados ‘canais deferentes’ e muita experiência na abordagem.

“Homens que passaram pela vasectomia há menos de dez anos, têm mais chances de sucesso na reversão. Além disso, a condição clínica pode influenciar. Se o paciente estiver saudável, também é positivo. Mas, se tiver comorbidades, como hipertensão associada ao diabetes, ou, obesidade, por exemplo, as chances de dar certo acabam sendo reduzidas. Há, ainda, os casos em que a reversão não é indicada”, destaca.

Após a reversão, exames complementares, como o espermograma, que avaliará a qualidade do espermatozoide produzido, indicará se haverá a necessidade de tratamento complementar ou não.

Figliuolo lembra que é importante que o paciente seja avaliado por um urologista especializado para que todas as possibilidades sejam discutidas e o melhor tratamento seja escolhido.

Ele explica que, no Brasil, a procura por esse procedimento tem crescido, impulsionada tanto pelo avanço das técnicas cirúrgicas quanto pela conscientização dos homens sobre as opções disponíveis para a recuperação da fertilidade.

“Vale destacar que a reversão da vasectomia, apesar de delicada, é uma opção segura quando indicada, devolvendo aos homens a possibilidade de paternidade e oferecendo uma nova chance de construir uma família”, afirma o uro-oncologista.

Foto: Reprodução

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