A Prefeitura de Manaus registrou um aumento nos números de exames citopatológicos do colo uterino realizados na rede básica de saúde. Um dos principais instrumentos para o rastreamento do câncer do colo do útero, também conhecido como preventivo ou Papanicolau, o exame teve aumento de 132%, em 2023, em comparação com 2019, um ano antes da pandemia. Neste período, o número de exames preventivos realizados nas unidades da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) saltou de 53 mil para 124 mil.
Considerando apenas os dois últimos anos, o aumento foi de 8,1%, resultado que demonstra o aumento gradativo do número de mulheres que realizaram o exame em Manaus.
Conforme dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), em 2023, foram coletadas 124.845 amostras para exame citopatológico na rede básica municipal. No ano anterior, foram 115.497 coletas feitas pelas equipes da Semsa. O teste é indicado para mulheres de 25 a 64 anos, de forma prioritária, devendo ser feito a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, atribui o crescimento, entre outros fatores, à ampliação na cobertura da rede básica de saúde promovida pela atual gestão do município, com a capacitação de equipes de saúde para a oferta do exame preventivo em um número maior de unidades de saúde.
“Com essas e outras melhorias na saúde, temos hoje a coleta do citopatológico em todas as 216 unidades de saúde da Semsa, facilitando o acesso de todas as mulheres ao exame que permite a prevenção ou o tratamento precoce do câncer do colo do útero”, aponta Shádia.
O quantitativo de 2023, observa a secretária, inclui tanto coletas pelo método convencional quanto em meio líquido, considerado superior e que a Semsa começou a ofertar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado, de forma pioneira entre as capitais. A coleta pela nova técnica é realizada em 37 unidades da rede básica.
Visibilidade e acesso
As campanhas e ações de saúde promovidas pela rede pública de saúde para sensibilização da população sobre o câncer uterino são outro fator que vem contribuindo para o crescimento nos números do preventivo, conforme assinala a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Lúcia Freitas.
“Temos reforçado campanhas, como o ‘Março Lilás’ e o ‘Outubro Rosa’, nos últimos anos, em um trabalho de educação permanente em saúde para informar sobre o câncer do colo do útero e incentivar as mulheres e a população como um todo para a prevenção e combate da doença”, afirma a gestora.
A gestão municipal, destaca Lúcia, vem atuando ainda para reforçar a cobertura da assistência básica entre a população feminina por meio das Unidades Móveis de Saúde da Mulher. As cinco estruturas do serviço, hoje, atendem todos os distritos de saúde da capital, Norte, Leste, Oeste, Sul e rural, levando serviços e procedimentos da atenção primária à saúde, exclusivamente para o público feminino, com ênfase na prevenção e rastreio do câncer de mama e do colo do útero.
“As unidades móveis alcançam as mulheres que vivem em regiões de vulnerabilidade social e vazios assistenciais, garantindo a elas o acesso ao exame preventivo, à vacinação contra o HPV, entre outros serviços relevantes para a promoção da saúde dessa população”, enfatiza.
Detecção precoce
Também chamado cervical, o câncer do colo do útero é o tumor maligno de maior incidência entre a população feminina em Manaus, e o terceiro no Brasil. Para o ano de 2023, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 420 casos novos no município.
O exame citopatológico é o principal e mais amplamente utilizado método para rastreamento do câncer do colo do útero, detectando alterações nas células que podem indicar lesões precursoras do câncer ou o próprio câncer. A detecção precoce eleva as chances de sucesso do tratamento e evita que as alterações no colo uterino se transformem em tumores malignos.
O papilomavírus humano (HPV) é o principal agente causador do câncer do colo do útero. O tumor maligno é prevenível na grande maioria dos casos, à medida em que a doença pode levar até 10 anos para se manifestar após a infecção pelo vírus e que o exame preventivo permite detectar alterações em estágios pré-cancerosos.
Foto – Divulgação / Semsa