O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) autorizou a reabertura da BR-319 para veículos pesados durante o período de seca. Uma portaria publicada pelo órgão no Diário Oficial da União nesta terça-feira (3/9), suspende o limite de 23 toneladas de peso bruto total de veículos que podem circular na BR-319, que estava em vigor durante o período de chuvas.

Em dezembro do ano passado, o DNIT havia decidido pelo bloqueio na BR-319 para veículos de grande porte. A decisão foi apontada pelo órgão como medida necessária para manter um tráfego seguro no transporte de passageiros e de cargas para o atendimento às comunidades e cidades situadas na rodovia, sem prejudicar o trabalho de recuperação da estrada e das pontes para deixar a estrada pronta para servir ao Amazonas neste momento crucial de seca dos rios.

Um dos motivos para a liberação, segundo o DNIT, é o agravamento da estiagem no Amazonas e o volume de pedidos de autorização especial de trânsito para poder circular na rodovia. Com a medida, agora o limite de peso será o mesmo que é aplicado para as demais rodovias federais do país, de 45 toneladas.

A decisão representa um avanço para a logística e economia do Amazonas, pois a medida surge como uma resposta estratégica diante das dificuldades enfrentadas pelas hidrovias devido à estiagem severa, assegurando a continuidade do transporte de insumos e mercadorias essenciais.

“Tínhamos uma portaria de 23 toneladas durante o período chuvoso, que após inspeção foi estendida durante o período de seca. Mas recebemos solicitações por parte da indústria e de transportadoras e em relação a isso, fizemos uma nova análise, na qual ficou definida a retirada da restrição”, disse o superintendente do DNIT, Orlando Fanaia.

Em outras palavras, as carretas que eram transportadas, antes, nas balsas, porque eram muito grandes e pesadas para a estrada, agora, diante da seca, só poderão trafegar pela estrada.

Sobre a trafegabilidade da BR-319, o Senador Eduardo Braga destacou que os esforços em conjunto são essenciais nesse processo.

“A situação da BR-319 no final de 2022 era muito difícil. Nós estávamos praticamente com a BR-319 intrafegável ou com grandes atoleiros provocando grande sacrifícios para a economia e para o povo. Houve o desabamento das duas pontes, e de lá pra cá, no Governo do presidente Lula e na gestão do ministro dos Transportes, Renan Filho, começamos um processo de reconstrução e recuperação para dar trafegabilidade na BR-319”, disse.

A rodovia, que é rota essencial para o escoamento de bens e serviços, torna-se ainda mais necessária para a logística durante o período crítico. A decisão de manter a BR-319 acessível durante a seca demonstra um compromisso com a infraestrutura regional e com a continuidade das atividades econômicas.

A reabertura da BR-319 vai aumentar o fluxo de cargas, transportes e insumos, com aumento da demanda diante da seca. Nesse cenário, será preciso um reforço no serviço de travessia por balsa para não comprometer o fluxo de carros e caminhões no local.

Somado a esse contexto, há ainda o Terminal Portuário de Pequeno Porte IP4 de Itacoatiara, que está pronto para receber passageiros e cargas, permitindo que as mercadorias que chegam por via fluvial sejam transferidas para transporte rodoviário. A partir de Itacoatiara, as cargas podem seguir pela BR-319 até Manaus, otimizando o escoamento de bens e garantindo a fluidez no transporte.

Outras medidas

Ainda de acordo com o DNIT, outras medidas devem ser implantadas até o fim de setembro pelo órgão, como pontos de controle, monitoramento e boletins diários com atualizações sobre a situação da BR-319.

A BR-319 tem obras desde o km 0 até a entrada de Humaitá, com destaque para o trecho entre os kms 198 e 250, que estarão asfaltados completamente ainda este ano. A rodovia é uma das mais importantes vias do norte do país, abrangendo aspectos econômicos, sociais, ambientais e estratégicos. Por isso, sua pavimentação vem acompanhada de medidas rigorosas para proteger o meio ambiente, ao mesmo tempo em que traz desenvolvimento econômico.

O motorista Márcio Henrique conta que trafega com frequência na BR-319, e faz um comparativo sobre o antes e o depois do início das obras de pavimentação.

“Somos acostumados a fazer o trajeto da BR-319. Tínhamos muita dificuldade, era preciso parar 2, 3 dias. Hoje, não encontrei nenhuma dificuldade. Vejo que há muitas máquinas e material de trabalho nas pistas para realizar o trabalho. Falo porque conheço a estrada do tempo passado para o que ela está hoje”, diz.

A dona de casa Iara Ferreira também destacou a importância do trabalho de pavimentação e manutenção da BR-319.

“A estrada está muito boa, em relação ao que eu tinha visto antes. Fui a Humaitá, estou retornando agora e não tive problema nenhum. Vejo as pontes sendo trocadas e o trabalho sendo realizado na estrada de ponta a ponta”, diz.

Ao garantir o transporte terrestre eficiente, a medida adotada ajuda a diminuir os efeitos negativos da estiagem e a apoiar o desenvolvimento sustentável do Amazonas.

Foto: Reprodução

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