Um grupo empresarial suspeito de realizar sonegação fiscal, falsidade ideológica e fraudar licitações foi alvo de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na manhã desta quinta-feira (10).

De acordo com o MPMG, a ação, realizada em conjunto com a Receita Estadual e a Polícia Civil, tinha por objetivo cumprir mandados de busca e apreensão em seis endereços nos municípios de Juiz de Fora e Rio Novo, na região da Zona da Mata (MG).

Durante a operação, chamada de “Regin”, a Justiça de Contagem (MG) determinou o sequestro de duas aeronaves, dois Porsches e um Audi Q3, além de três imóveis em condomínio de luxo da cidade de Juiz de Fora, também em Minas Gerais.

O MP afirma que os investigados podem ser condenados à pena de até 15 anos de prisão pelos crimes de fraude à licitação, associação criminosa, sonegação fiscal e falsidade documental.

As investigações apontam que o grupo empresarial, que atua no setor de importação e distribuição de produtos eletrônicos, também participa de dezenas de processos licitatórios em prefeituras municipais e órgãos estaduais e federais.

Denúncias

A atuação do grupo foi constatada após uma denúncia de empresas concorrentes na cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, momento em que o MP constatou a falsificação de atestados para vencer os processos de licitação.

O Ministério Público afirma que a ação do grupo prejudicou a concorrência e que, após o recebimento da denúncia, solicitou a quebra do sigilo fiscal da empresa e de seus sócios. Posteriormente, verificou-se a inexistência de estoque e registro de materiais fiscais das mercadorias (obrigatórios) junto à Receita Estadual do Espírito Santo, suposta sede da empresa.

Ao total, o grupo aplicou fraudes que alcançaram cerca de R$ 20 milhões. Os integrantes da associação também são investigados por importação irregular de produtos estrangeiros e de fraudes em outras licitações em Goiás e com a Polícia Militar de Minas Gerais.

CNN entrou em contato com a Prefeitura de Contagem que afirmou que após as recomendações do MP, suspendeu novos contratos administrativos para adquirir os equipamentos vinculados à associação criminosa, com o objetivo de impedir que outros órgãos públicos também fossem vítimas da fraude.

Veja a nota da Prefeitura na íntegra:

“A investigação do MP se iniciou posteriormente à licitação realizada pela prefeitura. [A Prefeitura] já tem ciência dos fatos e, tão logo foi informada das denúncias e possíveis irregularidades, colaborou com a investigação e seguiu todas as recomendações do MP – incluindo a suspensão de novas aquisições de equipamentos e a ciência do caso a outras prefeituras.

O Município de Contagem é vítima da ação da empresa, já que a investigação aponta falsificação de documentos apresentados à administração municipal. A Prefeitura não teve prejuízos financeiros já que, por se tratar de uma ata de aquisição de R$ 20 milhões, o valor integral não chegou a ser executado e os materiais contratados foram devidamente entregues pela empresa num valor R$ 1,39 milhão.

A Prefeitura de Contagem, acatando integralmente a recomendação do MPMG, suspendeu os contratos com a empresa investigada, não realizou nenhuma nova aquisição e cessou, em seguida, as aquisições da empresa”.

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