As obras de implantação do novo sistema de abastecimento de água, que estão sendo realizadas em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), através do Programa de Saneamento Integrado (Prosai), avançam, em três meses de trabalho.
Segundo a Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas, desde setembro, já foram instalados 13,5 quilômetros de tubulação para a rede de abastecimento de água em 46 ruas dos bairros Paulo Corrêa, São José, Vitória Régia, Nossa Senhora de Nazaré, São Vicente de Paulo, Emílio Moreira e áreas próximas ao Bumbódromo. Além disso, três poços tiveram perfuração concluídas e já foram aplicados 18,9 metros quadrados (m²) de micro pavimentação para nivelar o asfalto nos trechos onde a rede de água foi instalada.
Responsável pelo Prosai, a UGPE é vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb). De acordo com o secretário da Sedurb, Marcellus Campêlo, a tubulação que está sendo implantada irá reforçar e equilibrar a capacidade de distribuição em apoio à rede existente, após a construção dos quatro Centros de Reservação e Distribuição (CRD).
“Essa expansão visa atender à demanda da população, ampliando e melhorando a oferta de água na cidade. Estamos conseguindo manter o ritmo das obras dentro do cronograma e isso é muito importante, porque resolver a questão da água no município é prioridade zero do governador Wilson Lima, com o Prosai Parintins. Por isso, as obras foram antecipadas”, explica Campêlo.
No CRD 2, localizado na área de abastecimento do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), entre as ruas Paraíba e Domingos Prestes/Alcides Seixas, no Conjunto da Sham, as obras avançam rapidamente. Já foram perfurados três poços, as bases de concreto foram finalizadas, e as casas de máquinas estão praticamente concluídas.
O projeto inclui três reservatórios: um elevado, com capacidade para 400 metros cúbicos (m³) e altura aproximada de 22 metros, cuja fundação conta com 48 estacas (seis já perfuradas e concretadas); e dois reservatórios apoiados, com capacidade de 750 m³ cada, altura de seis metros e fundação rasa.
Todos os reservatórios estão sendo construídos seguindo normas técnicas rigorosas, garantindo uma durabilidade estimada de até 60 anos.
Saneamento Básico
O Prosai Parintins é um programa estadual com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a ser pago pelo Governo do Amazonas. A principal meta é requalificar e urbanizar áreas de ocupação irregular às margens de igarapés, que sofrem com alagações em época de chuva, dotando-as de infraestrutura, como água, esgoto, drenagem urbana. Também reassentar as populações dessas áreas em unidades habitacionais construídas pelo programa.
Na escolha de Parintins pesou, principalmente, o fato de o município enfrentar um problema crônico de contaminação da água. A cidade também tem zero percentual de esgoto tratado. Preocupado com a situação, que envolve saúde pública, o governador do Amazonas, Wilson Lima, autorizou a antecipação das obras de saneamento, antes mesmo da assinatura do contrato de empréstimo com o BID, que foi aprovado no Senado, no dia 18 de dezembro, e deve ser assinado nos próximos dias.
O novo sistema de abastecimento a ser construído pelo Governo do Amazonas vai atender toda a cidade com água tratada e elevar de zero para até 25% a cobertura de esgoto na cidade. O Prosai também prevê R$ 10 milhões para a modernização e fortalecimento do SAAE, para que o órgão municipal responsável pela gestão de saneamento básico possa receber os equipamentos construídos.
As obras de saneamento básico abrangem a construção de quatro Centros de Reservação e Distribuição (CRDs), recuperação de sete poços e perfuração de mais dez poços profundos, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), quatro estações elevatórias, 34 quilômetros de rede de coleta de esgoto e ligações domiciliares.
Certificação e selagem
Em novembro, a UGPE finalizou a etapa de certificação e selagem dos imóveis que passarão pelo processo de desapropriação e reassentamento no Prosai Parintins. De acordo com o órgão, 632 imóveis e 853 famílias serão impactadas pelo reassentamento.
Os beneficiários receberam um certificado que detalha os nomes dos moradores, as características do imóvel e seu uso – para moradia, comércio ou outros fins. O documento é fundamental para o processo de reassentamento da família cadastrada.
FOTO: Tiago Corrêa/UGPE
