No interior, projetos apoiados pelo Governo do Amazonas aproximam à ciência da educação básica

Projetos foram desenvolvidos nas temáticas de literatura, sustentabilidade e solos, via Programa Ciência na Escola

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O primeiro contato com o universo da ciência ainda na educação básica tem sido uma realidade no interior do Amazonas, por meio do apoio do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). No município de Tefé (distante 523 quilômetros de Manaus), por exemplo, estudantes do Centro Educacional Governador Gilberto Mestrinho, participaram de projetos científicos nas temáticas de sustentabilidade, solos e meio ambiente, por meio do Programa Ciência na Escola (PCE).

Os trabalhos foram coordenados por professores da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar. Um dos projetos desenvolvidos foi o “Óleo vegetal: extração artesanal a partir do caroço do açaí”, coordenado pela professora de Química, Raniele Zane Batista, com o objetivo de oferecer uma alternativa sustentável aos resíduos do caroço do fruto, por meio do reaproveitamento desses materiais em locais que fazem a extração da polpa para comercialização.

Segundo Raniele, após o processo de limpeza e retirada das cascas das amêndoas, os caroços foram triturados, amassados e tratados para obtenção do óleo vegetal. Os resíduos gerados do procedimento foram destinados à compostagem para reaproveitamento.

“Os estudantes sentem-se privilegiados por participarem de todo o processo de desenvolvimento dos projetos, aprendem a pesquisar, a tratar os dados das suas pesquisas e principalmente desenvolvem seu senso crítico, criativo e interesse pelas aulas”, enfatizou a professora.

Literatura Amazonense

Outra iniciativa fomentada pelo PCE foi o projeto “Valorizando a literatura amazonense: oficina de produção de fanzines”, sob a coordenação da professora de Língua Portuguesa, Denise Meza. A ação buscou contribuir para o avanço de estudos e leituras, com o intuito de valorizar a literatura amazonense, com obras de escritores do estado.

Segundo a professora, as oficinas trouxeram dinamicidade na aprendizagem e tornaram as aulas mais atrativas, em particular a oficina de produção de fanzine (uma forma de publicação independente e artesanal), que propiciou uma interação maior onde os estudantes puderam conhecer e valorizar ainda mais a literatura amazonense e seus autores.

“Essa liberdade criativa, os levou à descoberta de escritores incríveis e obras incomparáveis da literatura amazonense, onde conseguiram captar a grandeza de seus escritos em suas pequenas revistas de fan e as transformaram em gigantescas obras de arte a serem apreciadas pelos que prestigiaram o evento de encerramento”, contou a professora.

Conhecimento dos Solos

Na disciplina de Geografia, os projetos “Trabalho de campo nas aulas de Geografia para a coleta e experimento com solos no perímetro urbano de Tefé-AM” e ”Geotecnologia no ensino de geografia: uso do Geotracker como instrumento metodológico na educação ambiental”, coordenados pelos professores Alexsandra Vieira e Jefferson Vieira Moreira, respectivamente, possibilitaram a geração de materiais didáticos, como o mostruário de solos, produção de maquetes, desenhos, experimentos sobre o solo e conscientização ambiental.

“A Fapeam fortaleceu o projeto ao conectar pesquisa, ensino e inovação, possibilitando a formação de cidadãos mais conscientes e capacitados para os desafios locais e globais”, disse a professora Alexssandra.

Nesta linha, outro projeto foi o uso da geotecnologia como ferramenta metodológica no ensino de conteúdos geográficos, desenvolvido com alunos do ensino médio, que teve como objetivo a conscientização sobre a importância da educação ambiental.

“Os resultados obtidos do projeto foram a análise das consequências dos problemas ambientais, e a conscientização sobre a educação ambiental na escola, uma vez que a mesma é formadora de cidadãos críticos e responsáveis com o meio ambiente, para que não haja espaços insalubres e ocorra intervenção com políticas públicas visando o bem-estar da população advinda da educação ambiental inserida no espaço escolar”, disse o professor Jefferson Moreira.

Inscrições PCE

A edição 2025 do PCE está com inscrições abertas até o dia 13 de março. Professores de escolas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus e Tefé podem submeter propostas para concorrer ao PCE, edital nº 008/2025. A estimativa é apoiar até 700 projetos, na capital e no interior.

No total, 2.800 bolsas serão concedidas pela Fapeam, distribuídas entre professores e estudantes. Cada projeto contempla uma bolsa na modalidade Professor Ciência na Escola (PCE) de R$ 800, pelo período de seis meses, e até três bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica Junior (ICT/JR) de R$ 300 para estudantes, durante cinco meses.

Confira a chamada e todos os critérios para participar do edital, disponível em: www.fapeam.am.gov.br/editais/edital-n-o-0042025-programa-ciencia-na-escola-pce/

Foto: Acervo da professora Raniele Batista

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