No Dia Nacional de Combate à Sífilis adquirida e à Sífilis Congênita, neste sábado (19/10), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) alerta para o alto índice de casos registrados no Amazonas, este ano, e reforça as medidas de prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). De janeiro a setembro de 2024, 2.373 pessoas foram diagnosticadas com sífilis, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), unidade da SES-AM.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, a sífilis e a sífilis congênita têm diagnóstico fácil e tratamento com 100% de eficácia de cura. “É importante sempre alertar a população para o combate a essa IST, que começa com o recado do uso do preservativo. E, caso seja diagnosticado, fazer o tratamento. A prevenção é o caminho para reduzir esses índices que preocupam”, comentou.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos de sífilis entre adultos de 15 a 49 anos aumentaram 30% entre 2020 e 2022 nas Américas, com 3,37 milhões de pessoas infectadas, representando 42% de todos os novos casos no mundo. A sífilis é uma IST causada pela bactéria Treponema pallidum. A doença pode ser transmitida por relação sexual sem preservativo, com uma pessoa infectada ou, para a criança, durante a gestação ou parto.
O médico infectologista da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), José Carlos Sardinha, que trabalha desde o fim da década de 1970 com dermatologia voltada para as ISTs, explica que os casos são mais recorrentes em pessoas com mais de um (a) parceiro (a) sexual. “Óbvio que não está escrito no rosto de ninguém se a pessoa é portadora ou não dessa ou daquela doença. Mas reduzir o número de parceiros, escolher melhor os parceiros sexuais e o uso de preservativo certamente teriam um impacto positivo bastante acentuado”, afirmou.
Sintomas e tratamento
A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta dispõe de uma gerência especialmente voltada ao atendimento das ISTs e pessoas com HIV. Para a sífilis, a realização de teste rápido é oferecida à população de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. O mesmo é para HIV, Sífilis e hepatites B e C. O teste é gratuito e o resultado sai em torno de 30 minutos após a coleta da mostra de sangue.
Caso o resultado seja positivo, o paciente já recebe a primeira dose da medicação injetável logo em seguida, além de todas as orientações quanto à continuação do tratamento e agendamento das aplicações. O tratamento é feito com injeções de penicilina benzatina (benzetacil) ou outra medicação, dependendo do caso.
O sinal mais comum da sífilis é uma pequena ferida, que não dói, na genitália. No homem, esse sinal é mais fácil de ser visto. Pela anatomia do órgão genital feminino, é mais difícil para a mulher detectar a ferida. O ferimento sara sozinho, porém a pessoa continua transmitindo. Após um grande período, o paciente vai apresentar sintomas mais graves.
A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação.
O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental. Em formas mais graves da doença, como no caso da sífilis tardia, se não houver o tratamento adequado pode causar complicações graves, como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Além da Fuham, o Estado também dispõe da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), que também atende os casos da doença. Os pacientes da unidade que testam positivo para a doença, recebem atendimento imediato no Pronto Atendimento.
Além disso, é importante realizar testagem regular para diagnóstico precoce e, se necessário, tratamento adequado em tempo oportuno.
Os testes podem ser feitos nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e nas policlínicas do Estado. São elas: Policlínica da Codajás, Policlínica Governador Gilberto Mestrinho, SPA e Policlínica Danilo Correa, Policlínica José Lins e nos Centro de Atenção Integral à Melhor Idade (Caimis) André Araújo e Ada Rodrigues Viana.
FOTO: Divulgação/Fuham