Na ONU, Lula critica desigualdade e cobra repasses de ricos para meio ambiente

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Em discurso realizado nesta terça-feira (19) na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais, defendeu que os ricos paguem mais impostos que os pobres e cobrou a redução de desigualdades entre países e comunidades.

“A redução da desigualdade dentro dos países e entre eles deveria se tornar o objetivo síntese da Agenda 2030. Reduzir as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres no orçamento nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio. No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetos de desenvolvimento sustentável de maneira integrada”, afirmou Lula.

Em outro momento de seu discurso, o presidente brasileirou informou que o Brasil está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais. “Resgatamos o universalismo na nossa política externa, marcada pelo diálogo respeitoso com todos. A comunidade internacional está mergulhada em um turbilhão de crises múltiplas e simultâneas. A pandemia de Covid-19, crise climática e insegurança alimentar e energética, ampliada por crescentes tensões geopolíticas. O racismo, a intolerância e a xenofonia se alastram ampliadas por novas tecnologias supostamente criadas para nos aproximar”, disse o petista.

Países ricos e carbono

Em outra parte do discurso, o presidente brasileiro afirmou que agir contra mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas e ressaltou que os países ricos “cresceram baseado num modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima”. “A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado. Não é por outra razão que falamos em responsabilidade comuns, mas diferenciadas. São as populações vulneráveis do sul global as mais afetadas pelas perdas de danos causadas pela mudança do clima”, completou Lula.

Ainda sobre o mesmo tema, o petista voltou a afirmar que os “10% mais ricos da população mundial são responsáveis pela quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera”. “Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo. No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível.”

Acordo de Paris e no Marco Legal da Biodiversidade

Lula também afirmou que sem mobilização de recursos financeiros e tecnologicos, não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Legal da Biodiversidade. “A promessa de destinar 100 bilhões de dólares anualmente para os países em desenvolvimento permanece apenas isso: uma longa promessa. Hoje esse valor seria insuficente para uma demanda que chega na casa dos trilhões de dólares.”

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