Justiça condena réus pela morte da artista venezuelana Julieta Hernández

Réus receberam penas acima de 30 anos e tiveram suas prisões preventivas mantidas, por decisão da Justiça do Amazonas

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Após quase um ano de investigação e acompanhamento do caso, a Justiça do Amazonas condenou Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pela morte da artista venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, reconhecendo os crimes de latrocínio e de ocultação de cadáver, conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM).

Segundo o promotor de Justiça Gabriel Salvino Chagas do Nascimento, que atuou na fase de instrução processual, o caso foi acompanhado pelo MPAM desde o início das investigações. “O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Presidente Figueiredo, ofereceu a denúncia e sustentou a condenação pelos crimes de latrocínio, ocultação de cadáver e estupro. A magistrada acolheu as teses do MP, rejeitando somente a imputação de estupro”, informou o promotor.

De acordo com a sentença, o réu Thiago Agles da Silva foi condenado a 41 anos e 3 meses de reclusão, em regime inicial fechado. Já Deliomara foi condenada a 37 anos, 11 meses e 10 dias de prisão.

Nas alegações finais, o MPAM demonstrou que os acusados agiram com dolo direto na subtração dos bens da vítima, configurando o crime de latrocínio consumado. O promotor explicou que a atuação do órgão também se deu para garantir a manutenção da prisão dos réus, o que foi confirmado pela sentença.

“Defendemos que o dolo dos acusados era patrimonial, eles queriam os bens da vítima e, para isso, a mataram. Também pedimos a manutenção da prisão preventiva de ambos, pedido que foi acolhido”, ressaltou.

A magistrada destacou, na decisão, que o crime foi cometido com extrema violência, envolvendo meios cruéis e insidiosos, além de violência contra a mulher em contexto de hospitalidade, o que agravou a pena com base no artigo 61 do Código Penal, combinado com a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). A atuação conjunta e coordenada dos réus também foi reconhecida como circunstância que majorou a pena em um terço, pela caracterização do concurso de pessoas.

Julieta Hernández era artista e cicloviajante, conhecida por percorrer países da América Latina promovendo ações culturais e solidárias. Seu desaparecimento, em dezembro de 2023, em Presidente Figueiredo, mobilizou autoridades e a sociedade civil, que acompanharam as buscas e o desfecho do caso.

Foto: Divulgação

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