No dia 8 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, data criada para reconhecer as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres ao redor do globo. Em comemoração a esta data e em homenagem a todas as mulheres, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, inicia nas redes sociais da @culturadoam, a série “Mulher é Arte”, que traz histórias inspiradoras de mulheres amazonenses.

Durante todo mês, semanalmente, representantes de diferentes segmentos culturais serão evidenciadas, reforçando o poder feminino. Estreando “Mulher é Arte”, perfis de mulheres que quebram estereótipos e moldam o atual cenário cultural da região.

Tabbata Melo – Iluminação Cênica e Produção Cultural

Com uma carreira de 20 anos dedicados à iluminação cênica e produção cultural, Tabbata é uma figura proeminente no cenário artístico de Manaus. Sua paixão e comprometimento com a arte estão presentes em sua vida desde a infância, e são evidentes em cada projeto empreendido por ela. “Foi a arte que me escolheu, eu não escolhi ela”, enfatizou.

Emocionada, Tabbata Melo compartilhou um pouco de sua gratidão e felicidade em poder viver da sua arte, tudo isso conquistado com tão pouca idade e através de seu esforço e trabalho árduo. “Trabalho com o que eu amo e, tão jovem, já consegui realizar tantas coisas (…) Trabalho para o público, trabalho para o meu povo, eu trabalho para gente”, relatou a produtora.

Apesar dos desafios enfrentados como mulher em um mercado que ainda é predominantemente masculino, a artista não se deixa intimidar e encara os desafios firmemente. Para ela, os obstáculos surgem como oportunidades de exercer sua criatividade e encontrar novas soluções inovadoras.

Ao ser questionada sobre as motivações de sua jornada, a produtora responde com uma frase marcante: “Onde eu pisar, que haja luz”. Essa determinação e fé na capacidade de trazer luz para onde quer que vá são os pilares que sustentam sua carreira.

O talento e a singularidade são suficientes para transformar Tabbata em um ótimo exemplo de profissional, inspirando não só jovens artistas, mas também todos que estão ao seu redor. Somado a isso, sua dedicação e determinação são grandes exemplos do poder transformador da arte e da resiliência feminina.

Yra Tikuna – Luta pela Cultura Indígena

Yra Tikuna é uma mulher indígena da Amazônia que tem dedicado sua vida à luta pela preservação e valorização da cultura do seu povo. Ela possui um vasto conhecimento em diversas áreas, já tendo atuado como artista, cantora, compositora, empreendedora, idealizadora do coletivo Moda Raiz, estilista, presidente do Ateliê Yra Tikuna, professora indígena da língua materna Tikuna, palestrante e pescadora.

Dentre seus projetos mais importantes, a ativista inclui a parceria com o instituto C&A, onde teve a chance de trabalhar como estilista convidada no evento Manaus Fashion Day.

Enfrentando desafios diários, ocasionados pela falta de energia e água potável em sua aldeia, Yra considera a aquisição do seu próprio espaço para trabalhar com suas peças de roupas como sua maior conquista profissional até então. Tem sua mãe Bo’etüna, vocalista do grupo Wotchimaücü, como sua maior inspiração.

Engajada na luta pela cultura indígena, Yra Tikuna tem se dedicado a esta batalha desde que nasceu: “Nós indígenas já nascemos lutando pela nossa resistência cultural, sempre militamos, essa é a nossa missão nesse solo chamado Brasil”.

Uma frase marcante que define sua essência e ofício é: “Resistimos para existir, o nosso futuro é ancestral”.

Essas histórias ressaltam a importância de celebrar não apenas as conquistas passadas das mulheres, mas também reconhecer as contribuições significativas que continuam a moldar o presente e o futuro. No Dia Internacional da Mulher, honramos as mulheres contemporâneas que desafiam expectativas, quebram barreiras e inspiram mudanças em suas comunidades e além.

Andira Angeli – Cultura LGBTQIAPN

Andira Angeli emergiu como uma figura notável no cenário cultural de Manaus, conquistando amplo destaque, desde 2016, pelo seu envolvimento ativo nas artes. Sua jornada começou com cursos de canto e teatro em 2014, desde então, a jovem vem expandindo seus conhecimentos e abraçando diversas formas de expressão artística, incluindo teatro, circo, dança e música.

Um dos momentos mais marcantes de sua trajetória foi quando a jovem artista pôde participar da produção de eventos culturais na Vila Vagalume, uma casa criativa coletiva que se tornou um ponto de encontro para artistas locais. Durante a pandemia, Angeli teve que se adaptar ao ambiente digital e passou a focar na produção de espetáculos online que contornavam as limitações impostas pelo distanciamento social.

Apesar dos desafios enfrentados como artista independente, a jovem encontrou realização profissional em seus projetos atuais, como o espetáculo “Cabaré Chinelo”, que vem conquistado reconhecimento dentro e fora da região amazônica.

Quando questionada sobre suas influências, Andira engrandece o trabalho realizado por artistas travestis no cenário alternativo da cidade dizendo: “Eu me inspiro muito em pessoas da cena alternativa de Manaus das produções de eventos de música eletrônica da comunidade ballroom, como a Amafel, Elza Amafel, Mura Pantoja, Lê, Alessandra Soares são pessoas que estão perto de mim”.

Inserida em um ambiente cultural que por diversas vezes marginalizou vozes femininas e LGBTQIAPN, Andira Angeli se destaca pela sua prepotente força de mudança, despontando como um grande símbolo de inspiração. Seus esforços provam que a arte pode ser uma ferramenta poderosa de inclusão e transformação social. Seu compromisso com o movimento e a diversidade é reflexo não apenas de sua jornada pessoal, mas também pela sua visão de um futuro mais igualitário e inclusivo para todas mulheres amazonenses.

FOTO: Divulgação/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

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