O Governo do Amazonas deverá usar novas tecnologias produzidas pela Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA) no enfrentamento dos eventos climáticos extremos. Nesta quinta-feira (20/06), o vice-governador Tadeu de Souza se reuniu com gestores e cientistas na reitoria da instituição, no bairro Parque Dez, zona centro-sul de Manaus.
O objetivo do encontro foi identificar soluções, com baixo custo, já aptas a entrar em operação e orientar as ações governamentais diante da previsão de estiagem intensa no segundo semestre deste ano. Entre os projetos avaliados está o aprimoramento do aplicativo Selva, que monitora a qualidade do ar e focos de queimadas em Manaus, para abranger todos os municípios do interior.
De acordo com o vice-governador, a ferramenta poderá ser incorporada aos sistemas de monitoramento da Defesa Civil do Estado e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Para Tadeu de Souza, a gama de inovações tecnológicas produzidas pelos pesquisadores da EST/UEA são reflexo dos investimentos crescentes da gestão Wilson Lima nas áreas de ciência e inovação.
“Estamos aqui para identificar soluções inovadoras que possam mitigar e ajudar as políticas públicas estaduais a fazer esse processo de readaptação. A gente encontra aqui dentro da Universidade do Estado do Amazonas inúmeros projetos. Mais que nunca, precisamos nos subsidiar de quem produz conhecimento para fazer a remodelação e a requalificação de ações por conta dos extremos climáticos”, frisou.
Novo sistema meteorológico
Outro projeto realizado, que poderá ser aproveitado neste ano, é o recém-lançado Sistema de Previsão de Secas e Enchentes, gerido pelo Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (Labclim) da EST/UEA. O novo sistema, com uma base de dados totalmente adaptada à realidade amazônica, é capaz de monitorar o nível dos rios com três meses de antecedência.
Inicialmente, o projeto monitora o rio Madeira, principal hidrovia usada no escoamento da produção e insumos do Polo Industrial de Manaus (PIM). A iniciativa conta com financiamento das Fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e de São Paulo (Fapesp), com apoio do do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Monitoramento com IA
Os cientistas da EST/UEA apresentaram, ainda, projetos de monitoramento da floresta e das águas com ajuda de inteligência artificial, batizados de Curupira e Yara, respectivamente. Os estudos propõem a instalação de sensores e estações que irão permitir um monitoramento mais preciso da região a um custo inferior aos modelos atuais.
O sistema, que está em fase avançada de desenvolvimento, será capaz de “sentir, ouvir e ver” a floresta. O reitor da UEA, André Zogahib, afirmou que os investimentos estaduais em pesquisas científicas geram benefícios concretos para a sociedade, contribuindo no combate às mudanças do clima.
“O investimento que é feito aqui na universidade dá um retorno para a sociedade, com ciência e produtos a baixo custo. Um exemplo de esforço, de dedicação à preservação do meio ambiente, mas sobretudo, como destaca o governador Wilson Lima, preservando a vida das nossas comunidades tradicionais, o desenvolvimento social e econômico do nosso estado”, enfatizou o reitor.
Também participaram da reunião a vice-reitora da UEA, Kátia Couceiro; o diretor da EST/UEA, Jucimar Maia Jr; o coordenador do Labclim, Francis Wagner; o coordenador do aplicativo Selva, Rodrigo Souza; o coordenador do projeto Curupira, Raimundo Cláudio; a professora do curso de Engenharia Química da UEA, Patrícia Melchionna; entre outros membros da instituição.
FOTO: Ricardo Machado / Secretaria-geral da Vice-governadoria