A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) celebra 17 anos de atuação beneficiando anualmente mais de 21 mil famílias em 749 comunidades, aldeias e bairros, ajudando na conservação de 14,5 milhões de hectares; além disso, a FAS capacitou 510 professores em ações educativas e apoiou 62 empreendimentos sustentáveis. Essas e outras ações contribuem para a qualidade de vida dos amazônidas e na agenda contra as mudanças climáticas.
O reconhecimento do trabalho da organização na região Norte resultou na entrada para o Civil 20 (C20), grupo de engajamento da sociedade civil do G20. Dentro do Grupo de Trabalho 4 (GT4), voltado para comunidades sustentáveis e resilientes, a FAS apoiou na elaboração de recomendações sobre sustentabilidade ambiental e climática para o G20.
“Nossa história até aqui foi repleta de desafios, mas seguimos firmes em nossa missão de contribuir com uma Amazônia mais próspera e que seja capaz de erradicar a pobreza, de manter a saúde dos ecossistemas, porque mais do que nunca a Amazônia é essencial para o futuro do mundo. Mas isso tudo tem que começar cuidando das pessoas que cuidam da floresta”, destaca Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS.
“Esse é o nosso propósito, é isso que nos move para superar todos os banzeiros que enfrentamos e, ao mesmo tempo, celebrar todas as conquistas e vitórias que tivemos ao longo desses 17 anos”, complementa Viana.
Iniciativas de impacto
A FAS desenvolve programas e projetos em diferentes territórios da Amazônia urbana e profunda. A instituição atua nas áreas de educação, saúde, empoderamento, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda.
Entre as iniciativas de destaque está o Programa Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhos da Amazônia (Dicara), que oferece atividades socioeducativas complementares ao ensino regular, com foco na valorização cultural e no saber regional. O programa inclui aulas de música, informática, campeonatos esportivos e educação ambiental em comunidades distantes da região amazônica.
Beneficiária de projetos de educação, com enfoque em professores, Samila de Silva Moreira, docente na comunidade “Deixa eu falar”, no alto do Rio Juruá, ressalta a valoração de ações educacionais. “O projeto tem sido de grande importância, tanto para o nosso município, quanto para as comunidades ribeirinhas, porque trouxe conhecimento e formas de aprimorar, cada vez mais, o nosso ensino. Não tínhamos acesso a determinadas ferramentas, mas a FAS foi de suma importância para proporcioná-las a nós, professores ribeirinhos”, compartilha.
Saúde e infraestrutura
No eixo de infraestrutura, o Água+Acesso, desenvolvido na RDS Piagaçu-Purus em parceria com a Fundación Avina e a Coca-Cola Brasil, garante abastecimento de água potável por meio de um sistema de captação, tratamento e distribuição abastecido por energia solar. Atualmente, 365 famílias e 1,8 mil pessoas são beneficiadas, incluindo três escolas municipais, que atendem cerca de 500 alunos.
“Nós não tínhamos essa água [potável] que temos agora. A FAS veio cumprir o que prometeu, não esquecendo da nossa comunidade. Para nós, isso é muito importante: ter uma água de qualidade. Eu agradeço muito a equipe da FAS por terem vindo fazer isso pela gente”, declara Ana Cristina Vieira Gomes, moradora da comunidade Cuianã, na RDS Piagaçu-Purus.
Durante a estiagem que atingiu rios amazônicos, o teleatendimento psicológico prestado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) foi fundamental para apoiar pacientes que lidam com o aumento da ansiedade e angústia devido à incerteza do período. Entre os meses de agosto a outubro, a FAS realizou mais de 50 atendimentos psicoterapêuticos, auxiliando no desenvolvimento de estratégias para melhorar a qualidade de vida e a saúde mental de indígenas e ribeirinhos na região.
Em 2024, a instituição levou energia solar para a comunidade Bauana, localizada no município de Carauari (distante a 787 quilômetros de Manaus). A iniciativa faz parte do projeto “Sempre Luz”, realizado entre a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a multinacional brasileira UCB Power.
A partir da instalação do sistema, será possível o funcionamento de duas miniusinas para produção de óleos de andiroba e murumuru, buriti, açaí, e outros produtos da bioeconomia amazônica. O sistema solar possui 80 painéis e 32 baterias de lítio. Além do Bauana, o sistema beneficiará outras 10 comunidades, entre a RDS Uacari e a Reserva de Extrativista (Resex) Médio Juruá.
Sociobioeconomia
Para fortalecer os empreendimentos apoiados pela instituição, em 2024, a instituição ofereceu várias capacitações aos beneficiários. Na área de turismo, um grupo de 22 mulheres que atuam com o turismo de base comunitária da região do baixo Rio Negro, no interior do Amazonas, receberam uma capacitação em gastronomia, promovida pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), dentro de um projeto em parceria com a LVMH – Moët Hennessy Louis Vuitton SE.
Durante quatro dias, as participantes receberam aulas teóricas sobre segurança dos alimentos e reconhecimento de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), além de aulas práticas sobre técnicas de preparo com ingredientes regionais, utilização de PANCs e preparação de cardápios diversificados que atendam clientes com restrições alimentares (como intolerância à lactose) e opções vegetarianas e veganas.
Pelo projeto “Empreendedoras da Floresta” 60 mulheres que trabalham com artesanato em três Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas participarão, ao longo três anos, de uma jornada empreendedora por meio de oficinas, onde as mulheres serão incentivadas a desenvolver produtos inovadores da bioeconomia e receberão mentoria financeira, além de capital semente para seus projetos.
Mais de 100 pessoas envolvidas na cadeia produtiva do pirarucu da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, no interior do Amazonas, foram beneficiadas com cursos que visam aprimorar o manejo sustentável do pescado. As atividades foram promovidas ao longo de 2024 pela FAS, no âmbito do projeto “Sistema de rastreabilidade: inovação e inteligência de mercado na cadeia produtiva do pirarucu da RDS Mamirauá”.
A iniciativa idealizada pela FAS foi selecionada para receber recursos da Positivo Tecnologia via Programa Prioritário de Bioeconomia (PPbio), que é coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
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