Diante do novo agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil, com recordes de mortes, e o cenário de recessão na economia do país, o ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB) propõe que o Auxílio Emergencial concedido pelos governos, principalmente o federal, seja mais duradouro e substancial. “É questão de racionalidade”, afirmou o ex-prefeito de Manaus, capital amazonense, em publicação neste sábado (27.3) nas redes sociais, ao avaliar as crises econômicas e sanitárias e apontar soluções sustentáveis.
“Nestes tempos de pandemia, e para não vivermos momentos de abertura que depois exigem fechamento de atividades econômicas, é fundamental que os governos financiem o povo: desempregados, autônomos, artesãos, artistas, moradores de rua, camelôs e até micro e pequenos empresários, com o compromisso de não demitir ninguém. Não por três ou quatro meses, mas enquanto durar a perversa combinação das crises sanitária e econômica”, alertou Arthur.
Virgílio apontou, ainda, o agravamento de uma profunda crise econômica, ao analisar dados como o do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que cresceu à média de 0,3% ao ano, entre 2011 e 2020; e do PIB per capita, que recuou a média de 0,2% anuais na última década. “É o pior resultado em 120 anos”, considerou o ex-senador, que também foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, no governo Fernando Henrique Cardoso. “O Brasil não enriqueceu e os brasileiros ficaram mais pobres. As decisões precisam ser técnicas e, ao mesmo tempo, socialmente sensíveis”, completou.
Para Arthur Virgílio não é hora de usar recursos do Tesouro Nacional, que já lida com um déficit primário de quase R$ 1 trilhão, tampouco da criação de novos impostos, o que aumentaria a carga tributária do país. Ele defendeu que a solução poderia estar no uso das aplicações das reservas cambiais, que combina exportações e importações, atualmente em cerca de US$ 360 bilhões.
“A hipótese mais justa é utilizarmos, como verdadeiro e digno auxílio emergencial, pura e simplesmente, o resultado das aplicações das reservas cambiais. Não aumentaria a dívida, não desmoralizaria o projeto de reforma tributária, não reduziria nossas reservas cambiais e não atrairia inflação”, avaliou Virgílio. “Estaríamos enfrentando a pandemia com um forte olhar no isolamento social e também na retomada do crescimento econômico, controlando a pandemia e, simultaneamente, pensando no momento seguinte, que é o da geração de empregos, do renascer do comércio, da indústria, dos serviços, da normalização das atividades que sustentam a economia”, disse.
Por fim, Arthur Neto lembrou – citando o atual Ministro da Economia Paulo Guedes – que a retomada do crescimento econômico se dará pela superação da crise sanitária, que se instala há um ano no Brasil, a partir da aceleração do plano de vacinação. “A demora dá oportunidade ao [novo] coronavírus de gerar novas cepas e, quem sabe, jogar por terra a utilidade das vacinas hoje em cena. A palavra de ordem deve ser vacinar, vacinar e vacinar toda a população brasileira com a presteza de países como Israel, dos Emirados Árabes e dos Estados Unidos da América”, finalizou.