O Governo do Amazonas ainda aguarda parecer das autoridades sanitárias para se posicionar oficialmente sobre a realização ou não do Festival Folclórico de Parintins no mês de novembro, como chegaram a anunciar os bois Caprichoso e Garantido. O governador Wilson Lima explicou, nesta quinta-feira (23/07), que há previsão de que até início de setembro este quadro esteja mais claro.

“Nós estamos avaliando. Eu tenho conversado muito com nosso Comitê de Crise e com a doutora Rosemary (Costa Pinto), presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Hoje a gente não tem condições de garantir que o Festival será realizado, mas a gente não pode descartar essa possibilidade. A gente só vai poder se posicionar com relação a isso no final de agosto, início de setembro. Lá a gente vai ter um quadro ou espera ter um quadro mais claro da possibilidade de realização do Festival”, afirmou o governador.

Pela manhã, durante evento de entrega de computadores e veículos para a implantação do programa federal “Vida no Trânsito” em 10 municípios do estado, a diretora-presidente da FVS-AM reconheceu a importância do Festival de Parintins, mas alertou ser precoce qualquer posicionamento definitivo sobre o assunto no momento.

“Nós entendemos que o Festival é muito importante para nós como estado e, principalmente, para a população de Parintins. No entanto, é muito precoce falar alguma coisa sobre o Festival. A média dos dados epidemiológicos das últimas quatro semanas aponta pelo menos um óbito por dia em Parintins. Então não podemos, nesse momento, afirmar que o Festival acontecerá em novembro, pois é algo que ainda está em análise”, explicou Rosemary Pinto.

“Estamos avaliando muito de perto a situação de Parintins, lembrando que o vírus continua circulando, e com a intensidade muito grande, em outros estados da federação e em outros países. Então, se não houver controle que garanta a saúde da população até novembro, nós não poderíamos estar pensando em aglomerar pessoas de todo o país ou de outros países, mas talvez um festival de maneira mais restrita”, observou.

Segundo a diretora-presidente da FVS-AM, é importante que a população não seja displicente com as medidas que resguardam a saúde de todos. “No momento em que nós tirarmos as máscaras e abandonarmos as medidas de restrição que estão sendo colocadas, nós temos uma grande possibilidade de aumento nos números de casos. Todos os cuidados e sacrifícios que foram feitos por todos os setores da economia no sentido de parar tudo, de evitar a transmissão do vírus, pode se perder rapidamente se não mantivermos o estado de alerta”, destacou Rosemary.

“Nós temos procurado fazer aqui no Amazonas as coisas com o máximo de responsabilidade possível, avaliando muito bem não só a questão do desenvolvimento da pandemia no nosso estado, como também a necessidade que todos nós temos de voltar o máximo possível à nossa normalidade. Essa flexibilização tem sido feita em ciclos, avaliados por um período de 15 dias, para que possamos fazer a liberação de novas atividades. Nenhuma atividade voltou a 100% da normalidade que tinha antes de fevereiro de 2020 e, havendo um retrocesso nesses números, infelizmente nós teremos que retroceder”, completou.

Oscilação – Na ocasião, Rosemary explicou haver no momento oscilações de casos e óbitos causados pelo novo coronavírus na capital. “Estamos em franca queda nos números de hospitalizações e óbitos, mas ainda temos uma oscilação de números de casos. Nós estabilizamos num número muito alto, a nossa média móvel de casos, e isso é uma coisa preocupante. Quando eu digo número alto é que nós temos registrado no estado em torno de 1.000 casos por semana. Isso nos indica o quê? O risco não passou, o vírus está aí”, alertou.

FOTOS: Arthur Castro e Diego Peres/Secom

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