Júlio César, de 9 anos, é apaixonado por cachorro. Tanto que, em casa, tem três: Bob, Duque e Ayko, todos sem raça definida. Os animais o auxiliaram na socialização e o estimularam no equilíbrio e na coordenação motora, dentre outros benefícios. Ele, que é autista nível 1 de suporte, foi uma das dez crianças com deficiência selecionadas para participar da visita à Companhia Independente de Polícia com Cães (Cpcães) da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), nesta quinta-feira (12/09), como parte da programação do Setembro Verde, mês dedicado à luta pela inclusão e direitos da pessoa com deficiência (PcD).

A atividade, coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), por meio da Secretaria Executiva da Pessoa com Deficiência (SePcD), aconteceu no Quartel do Comando Geral da PMAM, na Rua Benjamin Constant, no bairro de Petrópolis, zona sul de Manaus.

As crianças que participaram da ação foram escolhidas por meio de uma seleção aberta, promovida pela Sejusc.

“Estou muito feliz, porque ele [Júlio César] está interagindo. Tem outras crianças também, com diferentes suportes de autismo, e ele está tendo essa interação. Principalmente, porque ele está tendo essa inclusão, esse acalento. Lá em casa, nós temos três cachorros, que foram a escolha dele”, relatou a analista comercial Tácila Almeida, mãe de Júlio César.

Durante toda a manhã, as crianças e seus acompanhantes participaram de diversas atividades envolvendo os cães de terapia assistida e farejadores de entorpecentes da PMAM. Em uma das brincadeiras, por exemplo, os animais que atuam no combate ao tráfico de drogas farejaram os sapatos dos convidados para descobrir quem tinha “chulé”.

“O Júlio, desde muito pequenininho, sempre gostou de cães. Primeiro, foi um cachorro, depois foi outro, depois outro e ele já quer o quarto [risos]. Mas é bem interessante o amor e a troca que ele tem com os cachorros. Nessa questão da interação, o Júlio realmente melhorou muito. Ele evoluiu bastante durante esse tempo”, completou Tácila.

Atualmente, a PMAM conta com 25 cachorros em sua equipe, sendo três de terapia assistida e 22 de combate ao tráfico de drogas no Amazonas.

Setembro Verde

O mês de setembro é dedicado à luta pela inclusão e pelos direitos da pessoa com deficiência (PcD). Por isso, a Sejusc planejou uma programação com diversas atividades e ações voltadas a esse público.

“Neste mês, a gente busca trazer, além da garantia dos direitos, que a gente já faz todos os dias, algumas atividades culturais e de lazer, como a de hoje da CIPCães. Tem programação especial também na equoterapia e, além de tudo, a gente trabalha fortemente na garantia dos direitos, que é atuando e fiscalizando os órgãos que não os respeitam”, destacou a secretária da SEPcD, Lêda Maia.

Ela falou, ainda, da importância do encontro entre as crianças e os cães de terapia assistida da CIPCães.

“Com o cão a criança consegue executar algumas atividades, interagir com alguns tipos de textura, descobrir alguns tipos de cores, ter uma coordenação motora melhor, tudo através do cão. Até estimular a fala. A gente teve um caso, dentro da secretaria, que a primeira palavra que a criança falou foi o nome do cachorro, foi muito emocionante”, lembrou Lêda.

Projeto

Comandante da CIPCães, Major Marcelo Arruda falou sobre a oportunidade de abrir a companhia para a atividade com as crianças com deficiência. “É um projeto inovador, é a primeira vez que a gente abre as portas da companhia para esse evento. A gente não atende aqui, na companhia, nós atendemos em hospitais e em ONGs. Nós ainda estamos caminhando ainda nesse projeto”, pontuou Arruda.

Ele explicou sobre o papel do animal no processo da terapia assistida. “É uma ciência que já vem longamente sendo dirigida e publicada. O cão atua como coterapeuta, ou seja, ele é o elo entre o profissional da área de saúde com o paciente em que a gente trabalha”, explicou o comandante da CIPCães.

Até o fim do mês a Sejusc vai promover fiscalizações, palestras educativas, ações sociais e outras atividades alusivas ao Setembro Verde e voltadas às pessoas com deficiência.

Foto: Ygson França/Sejusc

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