Música, poesia e folclore se traduzem em ciranda na arena do Parque do Ingá, em Manacapuru (distante 68 quilômetros de Manaus). A 26ª edição do Festival de Cirandas, que movimenta a Princesinha do Solimões, teve início nesta sexta-feira (30/08) com apresentação da Ciranda Tradicional, que defende o bicampeonato com o tema “Marangatu, uma odisseia amazônica”.
Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o festival atribui o folclore à identidade cultural do município. O secretário estadual da pasta, Marcos Apolo Muniz, reforça o compromisso do governo em promover e preservar o legado das festas populares tradicionais.
“O Governo Wilson Lima é uma referência na questão da valorização da identidade cultural do nosso estado, e aqui, em Manacapuru, não poderia ser diferente. A Ciranda de Manacapuru é um evento tradicional, um evento forte, em um município que fica muito próximo da capital, ligada por uma belíssima estrada muito segura, recentemente entregue pelo nosso governo”, destacou o secretário.
Além do aspecto cultural, o festival é reconhecido pelo secretário como uma importante atividade econômica para o município. “É um evento que, acima de tudo, retrata esse desejo do governo Wilson Lima de impulsionar a cultura local, valorizar o artista amazonense e gerar oportunidade para os trabalhadores e trabalhadoras da cultura do Amazonas”, pontuou Apolo.
Espetáculo dourado
A Ciranda Tradicional, representada pelas cores vermelho, dourado e branco, saiu em busca do tricampeonato, exaltando a preservação da Amazônia. Com o tema “Marangatu, uma odisseia amazônica” a sonoridade cirandeira ecoou no Parque do Ingá.
Para falar de preservação, a ciranda da Terra Preta conduziu o espetáculo pelos quatro elementos da natureza – fogo, água, ar e terra – apresentou causas, efeitos e os defensores de cada elemento. O presidente da ciranda, Magal Pinheiro, falou sobre a importância do tema. “Estamos trazendo um tema que na atualidade está tudo acontecendo na Amazônia, a seca, a fumaça, o desmatamento. Então, no meu ver, ainda há tempo de cuidar da nossa Amazônia”, falou emocionado.
Os povos originários foram representados por mulheres indígenas com participação exponencial. Os gigantescos módulos alegóricos também remetiam aos elementos da natureza em uma versão mais tecnologia, com movimentos, LED e muita pirotecnia.
Mantendo a tradição, a agremiação levou para arena elementos que caracterizam o folclore cirandeiro. A Mãe Benta, interpretada por Georgia Varela fez a sua estreia no Parque do Ingá. Ela reconhece os diferentes aspectos de importância do festival. “Com certeza, a valorização folclórica, que por trás também tem trabalhadores, costureiras, aderecistas, pessoas que fazem as alegorias e a gente que ama e faz por amor de coração e se entrega de corpo e alma”, finaliza.
A torcida também fez a sua parte. Campeã no ano passado, a Torcida Organizada da Tradicional (TOT) comprovou uma energia imbatível. Segredo do sucesso revelado por Shirley Marques. “É o carisma e a rivalidade que nós não temos. Se as outras têm, nós não temos”, disse.
Após a apresentação no Cirandódromo, a festa continuou no palco alternativo montado na Rodoviária de Manacapuru. Atrações musicais se estenderam madrugada adentro com Drikka Moreno e Banda, Guto Lima e Banda Xiado da Xinela.
Nesta noite de sábado (31/08), a partir das 21h30 até a meia-noite, o Parque do Ingá recebe a Ciranda Flor Matizada, em seguida, no palco alternativo vão se apresentar Dieguin Damasceno e Banda, Ricardo Mendes, Mikael e Banda.
FOTO: David Martins/Secretaria de Cultura e Economia Criativa