A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que já passa de 2 milhões o número de pessoas afetadas pelas enchentes que assolam o estado. Segundo boletim divulgado há pouco pelo órgão, foram incluídas, neste grupo, mais 87.682‬ pessoas, desde o primeiro balanço divulgado neste sábado (11/5) às 9h. Com isso, já são 2.039.084 pessoas afetadas no estado que desde o final de abril vive os problemas decorrentes do excesso de chuva.

Aumentou também, de 444 para 445, o número de municípios afetados pelos fortes temporais. Os demais números ficaram estáveis: 71.398 pessoas em abrigos, 339.925 desalojados, 756 feridos, 125 desaparecidos, 136 mortes, e 74.153 pessoas e 10.348 animais resgatados.

Maiores volumes

De acordo com o monitoramento hidrológico divulgado pela Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura e da Defesa Civil estadual, os maiores volumes de precipitação observados nas últimas 24 horas ocorreram na região hidrográfica do Rio Guaíba e no Litoral Norte. Nessas localidades, os acumulados chegaram a superar a marca dos 100 milímetros (mm).

“Em função dessas chuvas e dos solos ainda com muita umidade, os rios Taquari e Caí apresentaram respostas hidrológicas atingindo limiares de alerta, apesar disso a tendência é que ambos rios entrem em estabilidade ainda hoje”, informou por meio de nota.

Tanto o Rio Guaíba como a região do Delta do Jacuí apresentam declínio. A expectativa é de que o Rio Uruguai atinja ainda hoje seu pico de cheia em Uruguaiana, próximo a 4 metros acima da cota de inundação. Já a Lagoa dos Patos registra “níveis elevados e segue em elevação próximo a Pelotas e região”. Os demais rios do estado apresentam declínio ou estabilidade.

De acordo com a Superintendência de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), ao meio-dia deste sábado, o nível da água no Cais Mauá estava em 4,59 metros. No início da manhã (às 8h45), estava em 4,71 metros. O pico da cheia de 2024 ficou em 5,35 metros; superando o recorde anterior, observado no ano de 1941, que foi 4,7 metros.

Animais Resgatados

Mais de 10,3 mil animais de estimação e silvestres já foram resgatados das enchentes no Rio Grande do Sul, conforme boletim da Defesa Civil do estado. Os dados são da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS) e do Grupo de Respostas a Animais em Desastres (Grad) composto por voluntários de várias áreas de atuação de entidades de defesa dos animais.

Entre os animais resgatados, está o cavalo apelidado de Caramelo, devido à cor de sua pelagem, que estava ilhado em cima de um telhado no bairro Mathias Velho, em Canoas. Os regaste foi realizado pelos militares do Corpo de Bombeiros de São Paulo, com auxílio da Brigada Militar do estado, na quinta-feira (8/5).

Após o resgate

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema/RS), os animais resgatados de áreas inundadas passam por uma triagem veterinária. Os que estão em bom estado de saúde são devolvidos aos tutores e quando não há um identificado são direcionados para abrigos públicos ou para espaços do GRAD. Caso estejam com hipotermia ou lesões, eles são encaminhados para a clínica veterinária mais próxima.

O tutor que ainda não encontrou seus animais deve procure a Defesa Civil do município e se deslocar aos abrigos da cidade para tentar identificar o pet.

Organizações não governamentais (ONG) e grupos independentes de protetores de animais têm se unido nas redes sociais para compartilhar informações que possam ajudar esses animais a serem reencontrados por seus donos ou, quando necessário, encontrar um novo lar.

No Instagram, os perfis; @acheseupetrs, @dogs_enchenters e @tosalvoanimais foram criados para as famílias gaúchas reencontrarem seus animais de estimação. Em mensagem no privado (direct) aos administradores dos três perfis virtuais, o tutor interessado pode enviar as informações principais do animal como cor de pelagem, nome, se é macho ou fêmea, porte e, se possível, fotos. Na outra ponta, quem encontrar um pet, pode fazer contato e apontar onde este foi resgatado ou está abrigado e dar características que facilitem o retorno dos animais a seus tutores. As informações estão sendo postadas na página da rede social.

Ajuda

O Grupo de Respostas a Animais em Desastres (Grad) que tem difundido o lema: Toda vida importa e ninguém ficará para trás, afirma que os pedidos por resgates não param de chegar, mas muitas áreas continuam inacessíveis. A instituição solicitou apoio de embarcações a motor para ampliar as ações de salvamento nas áreas alagadas. Para doações financeiras, o grupo Grad disponibiliza a chave PIX: doe@gradbrasil.org.br .

Neste momento, estão sendo aceitas doações de rações para animais (cães, gatos, coelhos, roedores, cavalos, aves), em embalagens fechadas. Também são necessários itens como casinhas e camas para pets, areia para gatos potes de ração, água potável, vacinas, remédios antipulgas, vermífugos, medicamentos veterinários e microchips para pet, que são colocados sob a pele do animal e armazenam os principais dados dele como nome, espécie, sexo, cor, idade, além da identificação do tutor e endereço de residência.

Os protetores independentes de animais e organizações da sociedade civil sinalizam que precisam de veterinários voluntários e pessoas que possam cuidar dos animais resgatados, principalmente, para pernoitar nos abrigos ou que ofereçam lares temporários até que os pets sejam encontrados pelos tutores ou adotados.

Fonte: Agência Brasil

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