Boi Garantido leva sustentabilidade para a arena com a produção de penas artesanais

A exemplo do ‘Recicla, Galera’, a produção tem o objetivo de causar o mínimo de impacto à natureza

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Há quatro anos, o Governo do Amazonas trabalha para tornar o Festival de Parintins mais sustentável, por meio do ‘Recicla, Galera’, uma parceria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Sistema Coca-Cola Brasil. A exemplo do trabalho do Estado, de coleta e reciclagem, o Garantido resolveu investir na produção de penas artesanais para causar o mínimo de impacto à natureza.

”O ‘Recicla, Galera’ vem ser esse braço de Sustentabilidade do Festival de Parintins e é muito bacana juntar forças às ações já desenvolvidas pelos próprios bumbás. Cantamos e mostramos a Amazônia para o mundo, então nada mais justo que fazermos isso na prática da realização da nossa festa também”, disse o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.

Para o Festival de Parintins deste ano, o bumbá vermelho e branco alcançou a marca de 125 mil penas produzidas. Para o coordenador de figurinos, Afonso Filho, o Boi Garantido caminha, cada vez mais, para ser um bumbá mais sustentável dentro e fora do Bumbódromo. 

“Este ano viemos mais fortes e imitando a pena de vários pássaros da Amazônia. O custo era muito alto antes, porque a gente mandava buscar de fora, da China e Argentina. Esse material atual pode ser utilizado por uns 4 anos, então podemos reciclar e utilizar em outros festivais”, destacou o coordenador de figurinos, Afonso Filho. 

Dentro da Cidade Garantido, complexo arquitetônico que abriga o curral e o galpão, há um grande setor chamado ‘Tribal’. É dentro dele que as penas artesanais utilizadas nas indumentárias dos itens são feitas e montadas diretamente no produto final. 

A produção inicial das peças é feita em um local secreto, onde só um trabalhador do Garantido tem acesso. Com o material já pré-pronto, ele é encaminhado para a equipe de auxiliares tribais, formada 100% por mulheres, que é responsável por fazer o molde, colocar a tarisca (um pedaço de madeira fina e comprida) e depois realizar os acabamentos. 

O resultado é um material que pode ser confundido facilmente com penas naturais, o que dá veracidade ao trabalho feito pelas mãos da equipe. Com todo o processo de produção em Parintins, o bumbá consegue produzir por dia de 2 a 3 mil penas.

“Nós somos seis mulheres e conseguimos finalizar o serviço no tempo certo por aqui. É um trabalho que a gente faz por amor para não ir de qualquer jeito, porque gostamos de fazer perfeito. Podem até pensar que são penas verdadeiras, mas não são, elas são bem-feitas”, disse a auxiliar tribal, Ioney Menezes.

‘Recicla, Galera’

Para 2024, a meta do “Recicla, Galera” é ampliar a coleta e alcançar pelo menos oito toneladas, fortalecendo a sustentabilidade como um dos pilares do Festival de Parintins, ao lado da Cultura, do Turismo e do fomento à empregabilidade e renda.

Desde segunda-feira (24/06), as pessoas que circularem pela ilha podem ver diversas ações em prol da gestão de resíduos no local, como educação ambiental, voluntariado, capacitação dos trabalhadores e fortalecimento da Associação de Catadores de Parintins (Ascalpin). 

Campanha

Com o apoio do Governo do Amazonas, por meio do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Secretaria de Segurança Pública, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lançou uma nova edição da campanha “Não tire as penas da vida”, antecedendo a realização do tradicional Festival de Parintins. O intuito é orientar as pessoas sobre a importância da vida silvestre e a necessidade de respeitá-la, mostrando a ilegalidade do comércio envolvendo artigos retirados da fauna local.

FOTO: Mauro Neto/Secom

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