A exposição foi aberta na sexta-feira, 17/10, com nove quadros de artistas amazonenses no estande organizado pela MI Moda Indígena, no Museu do Louvre, em Paris.
Segundo a artista visual, Rebeca Ferreira Munduruku, administradora do MI, a espaço foi bancado pelos próprios artistas. “No caso, a gente passou por uma curadoria do ‘Art Shopping’, que tem todo um processo seletivo, por isso que está cadastrada a MI Moda Indígena”, mas as obras são de vários artistas, informou: “O foco é o nosso projeto Arte com Toque, que é o projeto que foi contemplado pelo Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB)”, mas somente para atuação nacional, e não para expor dentro do Carrossel do Louvre, que foi por conta dos artistas.
As obras dos três artistas com deficiência visual presentes são: o “Caboclo Ribeirinho”, acrílico sobre tela e foi uma obra pintada pela professora Carla Oliveira, que tem deficiência visual total.”O sentimento é de gratidão porque esse projeto trouxe para minha vida, uma pessoa com deficiência visual, uma nova habilidade que possibilitou fazer essa obra”, ela destaca a orientação e confiança passada pela professora Seane Oliveira que me possibilitou estar hoje expondo em Paris, no grande Louvre.
A outra obra é de Suzete Mourão, que se chama “Os Tucanos”, de 65cmx85cm, em acrílico sobre tela, e ela é uma deficiente visual com baixa visão, há dois anos participa do projeto: “Eu jamais imaginei que estaria aqui num museu renomado, pra mim é fora do comum, até me arrepia de emoção”, revela.
E o terceiro artista do Arte Com Toque é o Leonardo Pimentel, e a obra dele se chama “Arara Vermelha”, 62cmx80cm, em acrílico sobre tela, também é deficiente visual total. “É uma honra e um prazer conhecer o Louvre, e poder expor, representar a arte da Amazônia”, contou Pimentel.
Os outros seis artistas convidados foram Márius Bell, que tem como obra bandeira do Brasil indígena, 50cmx 70cm, em acrílico sobre tela. E tem um artista também paraense que é indígena, o cacique Gilson Tupinambá; a sua obra se chama “Saga dos Povos Indígenas da Amazônia”, 77cm x 1,15cm, em acrílico sobre tela.
Rebecca, ressaltou as obras das mulheres do coletivo MI Moda Indígena. Começando com o “Autorretrato Munduruku”, 59cm x 83xm, em acrílico sobre tela, de sua autoria. Tem a tela da Seany Artes, “O Olhar da Mulher Indígena”, 64cm x 91cm, em acrílico sobre tela. A obra da cacique Sandra Munduruku, intitulado “Aldeia Terra Preta”, 71cm x 80cm, em acrílico sobre tela. E a obra de Elisângela Apurinã, com o título “Povo Apurinã no Rio Purus”, 74cm x 93cm, um acrílico sobre juta.
Galeria Louvre
Essa exposição fica dentro do Museu do Louvre, numa das galerias que se chama Carrossel do Louvre, que é uma área que tem uma parte comercial, mas tem a parte de galerias, também de exposição. A exposição vai ficar até o dia 19. A abertura foi só para artistas e convidados.
Os precos dos quadros variam de entre 200 euros a 1000 euros. O cacique é o quadro mais caro que tem, porque ele é um indígena aldeado, então essa obra veio da aldeia. E aí, por conta do material também e do tempo, é a obra mais cara. Mas as obras estão em média de 200 a 300 euros.
Foto: Divulgação/MI Moda Indígena