A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) está trabalhando num protocolo que estudará o efeito do plasma sanguíneo extraído de pessoas que foram curadas do novo coronavírus (Covid-19) e injetado em pacientes em estado grave da doença.
O estudo está sendo realizado em conjunto com outros oito hemocentros brasileiros. Os testes devem iniciar na próxima quinzena de abril.
A expectativa desse protocolo é ter o mesmo sucesso obtido em estudos similares para combater doenças graves como a H1N1 e o ebola. Países como a China, Espanha e EUA já estão utilizando a técnica para combater a Covid-19.
“O plasma convalescente, ou seja, que carrega anticorpos contra determinada doença viral, foi bastante eficiente nessas duas ocasiões de epidemia. No caso atual, a expectativa é que os anticorpos transportados pelo plasma convalescente reduzam a proliferação do Covid-19 no organismo dos pacientes transfundidos, minimizando assim os riscos de morte pela doença”, declarou a médica hematologista e diretora-presidente do Hemoam, Socorro Sampaio.
“Os países onde essa metodologia foi aplicada contra o coronavírus obtiveram resultados como o aumento dos anticorpos neutralizantes do SARS-CoV-2 (Covid-19) e diminuição da carga viral”, acrescentou a hematologista.
A diretora do Hemoam disse ainda que o grupo de trabalho envolvendo profissionais de oito capitais brasileiras está trabalhando intensamente para enviar o protocolo para aprovação do conselho de ética ainda esta semana.
“Todos os estados têm pressa, e esse estudo vai servir para todo o país. Estamos bastante honrados de fazer parte dessa descoberta”, finalizou Sampaio.
Participam da elaboração do protocolo pelo Amazonas, Adriana Malheiro, Allysson Guimarães, Nelson Fraiji, Sérgio Albuquerque e Socorro Sampaio. Os estados envolvidos são: Amazonas, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná, Bahia, Goiás, Santa Catarina e São Paulo.
FOTOS: Divulgação/Hemoam