Em reunião nesta sexta-feira (27/01), a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alinharam os próximos passos da ação de combate à monilíase, praga de alto poder destrutivo detectada em plantações não comerciais de cacau e cupuaçu nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant (distantes, respectivamente, 1.108 e 1.121 quilômetros de Manaus).

Uma equipe da Adaf permanece na região dos focos, realizando mapeamento de cultivos e trabalhos de educação sanitária, que incluem alertas em rádios locais e trabalho corpo a corpo nas propriedades e pontos importantes de circulação dos municípios, como portos e associações comunitárias.

“Nessas últimas semanas, percorremos rádios e portos e conversamos com produtores rurais, tanto em Tabatinga quanto em Benjamin Constant. Além dessas ações de educação sanitária, continuamos com a verificação e delimitação da praga em outras comunidades, não contempladas na primeira etapa”, explica o gerente de Defesa Vegetal da agência, Sivandro Campos.

O trabalho realizado pelos técnicos conta com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e envolve diversas etapas, entre elas o cadastro das propriedades visitadas/inspecionadas, o georreferenciamento das propriedades e a realização do procedimento de “câmara úmida”, quando há suspeita de ocorrência da praga.

Desde o último dia 16 de janeiro, os servidores percorreram as comunidades Bananal, Nova Vila, Palmares, Porto Bom Socorro, Água Limpa, Nova Extrema, Estrela da Paz e Nova Esperança, todas em Tabatinga. Na próxima semana, a programação é visitar a comunidade de Vendaval, que fica no município de São Paulo de Olivença (a 985 quilômetros de Manaus).

Enquanto dá continuidade à conscientização da população local e ao trabalho de delimitação da praga, a Adaf aguarda a ida de servidores do Mapa para iniciar as atividades de contenção e erradicação da monilíase, incluindo a poda aérea das árvores afetadas.

Essa agenda foi pauta da reunião, realizada nesta sexta-feira, na sede da Adaf, com a presença do diretor-presidente da autarquia, José Omena, e do superintendente federal da agricultura no Amazonas, Guilherme Pessoa. “O Governo do Amazonas é sensível à importância desse trabalho e esse alinhamento da Defesa Agropecuária estadual com o Ministério é fundamental para que tenhamos a melhor resposta possível no combate à praga, reduzindo os prejuízos dos nossos agricultores”, destacou Omena.

Uma equipe do Mapa deve chegar ao Amazonas em fevereiro para, com apoio dos servidores da Adaf, iniciar os trabalhos de erradicação da monilíase. A maior parte das ações só é possível por via fluvial, o que requer planejamento e, em alguns casos, parceria de órgãos locais que viabilizam o transporte.

Defesa

A monilíase é uma doença devastadora que afeta vegetais dos gêneros Theobroma e Herrania, como o cacau e o cupuaçu, causando perdas e elevação de custos da produção. A detecção do primeiro foco, no Amazonas, foi anunciada pelo Mapa no ano passado. No dia 29 de novembro, uma equipe de emergência começou a percorrer a região para mapear as propriedades com plantio de cacau ou cupuaçu, ambos frutos hospedeiros da praga quarentenária, e assim delimitar a expansão da doença.

Focos pontuais da doença foram identificados em plantações não comerciais de cupuaçu e cacau nos municípios de Benjamin Constant e Tabatinga. O Mapa publicou uma portaria proibindo o trânsito de vegetais hospedeiros desses municípios para o restante do país e, em seguida, a Adaf elaborou uma portaria complementar, restringindo a circulação de frutos dessas localidades também para os demais municípios amazonenses.

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