Nos últimos anos, a observação clínica tem revelado um dado preocupante: um aumento no número de diagnósticos de câncer renal em mulheres. De acordo com o presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, embora as estatísticas oficiais apontem que a doença ainda apresenta maior incidência entre os homens, a experiência empírica em consultórios vem mostrando uma tendência de crescimento no público feminino, o que desperta a atenção da comunidade médica para a necessidade de conscientização sobre os fatores de risco, sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce.
Doutor em saúde pública, o cirurgião da Urocentro Manaus explica que, em outubro, mês dedicado à saúde da mulher, a atenção de forma integral a essa parcela da população deve ser considerada como forma de abordagem educativa, lembrando que o check Up médico multidisciplinar é o principal caminho para a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida.
Figliuolo destaca ainda, que entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim, estão: o tabagismo, a obesidade, a hipertensão arterial e o histórico familiar da doença. A exposição prolongada a certos agentes químicos, como solventes industriais, também pode contribuir para o surgimento de tumores renais. Nas mulheres, o aumento dos casos tem sido associado, em parte, ao crescimento das taxas de obesidade e hipertensão, condições que afetam diretamente a saúde renal.
Sintomas não devem ser ignorados
Os sinais da doença podem passar despercebidos nas fases iniciais, o que torna o diagnóstico precoce um grande desafio. “Os sintomas mais comuns incluem presença de sangue na urina (hematúria), dor lombar persistente e, em alguns casos, aumento do volume abdominal”, explica o especialista, que atua há mais de 20 anos na área oncológica.
No entanto, muitos tumores renais são detectados de forma incidental, durante exames de imagem realizados por outros motivos , o que reforça a importância dos check-ups regulares.
Diagnóstico
O diagnóstico é geralmente confirmado por exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esses métodos permitem, conforme o especialista, avaliar o tamanho, a localização e a extensão do tumor, além de ajudar a definir a melhor estratégia terapêutica.
De acordo com Giuseppe Figliuolo, o diagnóstico precoce é determinante para o sucesso do tratamento. “Quando identificado em estágios iniciais, o câncer renal apresenta altas taxas de cura, especialmente quando o tratamento cirúrgico é realizado rapidamente”, destaca.
O tratamento pode envolver desde procedimentos minimamente invasivos, como a nefrectomia parcial por laparoscopia ou robótica, até a retirada total do rim afetado, nos casos mais avançados. “A abordagem cirúrgica é, hoje, o principal método de controle e cura da doença, sendo conduzida pelo médico urologista, especialista na saúde do trato urinário e responsável por todo o manejo clínico e cirúrgico do paciente”, assegura Figliuolo.
Além da cirurgia, em casos específicos podem ser indicadas terapias complementares, como quimioterapia e radioterapia, por exemplo.
“No entanto, o sucesso do tratamento depende, em grande parte, do tempo de resposta. Quanto mais cedo o tumor é identificado e tratado, maiores são as chances de cura e menores as complicações”, reforça o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Amazonas.
Urologia como aliada no combate am câncer
A atuação do urologista é essencial em todas as etapas: desde o rastreamento e diagnóstico, até o tratamento e acompanhamento pós-operatório. Esse especialista desempenha um papel decisivo na preservação da função renal e na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Diante da crescente incidência entre mulheres, Giuseppe Figliuolo afirma que é fundamental reforçar a importância da avaliação médica regular e da atenção aos sinais que o corpo apresenta. “A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as melhores estratégias para vencer o câncer renal”.
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