Ativistas a bordo de um barco de ajuda humanitária à Faixa de Gaza anunciaram que foram interceptados pelo governo israelense na noite deste domingo, 9. O anúncio foi feito por meio de vídeos pré-gravados, liberados por familiares e apoiadores assim que o grupo perdeu contato durante a travessia.
O barco, chamado Madleen, é operado pela Freedom Flotilla Coalition e levava 12 ativistas de sete países diferentes, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, a ativista sueca Greta Thunberg e o ator irlandês Liam Cunningham, conhecido pela série Game of Thrones. A embarcação saiu de Catania, na Itália, no último dia 1º, com o objetivo de entregar alimentos e medicamentos em Gaza e abrir um corredor humanitário.
Nas gravações, os ativistas pedem apoio urgente de seus respectivos governos diante da possibilidade de prisão e deportação. No vídeo de Thiago Ávila, único representante brasileiro na embarcação, o ativista afirma que, caso estivesse sob custódia, esperava que o governo do Brasil atuasse para libertá-lo e rompesse relações com Israel. Pouco depois, sua esposa, Lara, divulgou uma gravação informando que os ativistas estavam sendo atacados por soldados israelenses, que já estariam subindo a bordo. “Cobrem o Itamaraty, os parlamentares, todas as figuras públicas”, pediu.
Também foi divulgado um vídeo de Greta Thunberg, no qual a sueca afirma que o grupo foi “interceptado e sequestrado em águas internacionais” e pede que o governo do seu país atue “o mais rápido possível” para garantir a libertação dos ativistas.
Na noite de domingo, a Freedom Flotilla Coalition informou, por meio do Telegram, que o barco foi abordado por lanchas e drones, que despejaram um produto branco, parecido com tinta, sobre a embarcação. Os ativistas também tiveram a comunicação bloqueada. Uma imagem compartilhada mostra o grupo com os braços erguidos. Segundo a organização, a abordagem ocorreu em águas internacionais.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a interceptação, afirmando que o grupo “tentou encenar uma provocação midiática cujo único propósito era ganhar publicidade”. Segundo o governo israelense, a embarcação está sendo escoltada ao porto de Ashdod, e os ativistas serão deportados para seus países de origem.
O Itamaraty e a Secretaria de Comunicação da Presidência foram procurados, mas não retornaram até a publicação deste texto.
Fonte: Agência Brasil